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Reunião entre Petrobras e FUP sobre acordo coletivo termina sem consenso

Em mais uma rodada de negociações pelo dissídio de setembro, petroleiros e Petrobras não chegaram a um acordo, com a empresa se recusando a prorrogar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) até o ano que vem, como propõem os sindicatos, e mantendo a decisão de não reajustar o salário da categoria este ano.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) quer ajuste pela inflação oficial (IPCA) mais aumento real de 2,2%, para repor perdas acumuladas desde 2016, segundo a entidade. A Petrobras confirmou a proposta de reajuste zero aos trabalhadores em 2020.

“Queremos negociar o acordo com tranquilidade, o que é impossível quando estamos com tantos companheiros afetados pela covid-19 e metade dos trabalhadores em home office”, cobrou o diretor da Fup Paulo Neves durante a reunião, que foi resumida no site da FUP.

A FUP e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) estão negociando separadas com a estatal, mas as duas entidades querem a prorrogação das negociações para 2021, por causa da pandemia.

Na sexta, 31, será a vez da FNP se reunir com a Petrobras.

A FUP reivindicou também, durante a reunião, o direito de utilizar a plataforma da Petrobras para comunicação interna (workplace) na negociação do ACT, para levar o andamento do acordo para todos os trabalhadores. A entidade propôs ainda, que as regras para o teletrabalho sejam inseridas no ACT, já que a gestão da companhia sinalizou que poderá manter boa parte dos empregados em home office.

“Diante das mudanças que estão ocorrendo no mundo, a previsibilidade que é tão importante para os acionistas deve ser garantida também aos trabalhadores”, afirmou o coordenador da FUP Deyvid Bacelar.

Segundo a FUP, ao desconsiderar todas as reivindicações dos trabalhadores deliberadas pelos petroleiros nos fóruns da entidade, a Petrobras promove o desmonte do ACT conquistado pela categoria ao longo dos anos.

A Petrobras divulga nesta quinta os resultados financeiros relativos ao segundo trimestre do ano. Analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, projetam prejuízo em torno dos R$ 12 bilhões.

Por Denise Luna

Estadão Conteúdo

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