A Petrobras divulgou o resultado do segundo trimestre no começo da noite desta quinta-feira (30) e confirmou o forte impacto da Covid-19. De acordo com balanço, a Petrobras reportou um prejuízo de R$ 2,7 bilhões no período. No segundo trimestre do ano passado, a empresa havia reportado lucro líquido de R$ 18 bilhões.
O prejuízo líquido da empresa no primeiro semestre foi de R$ 51 bilhões, contra lucro de R$ 22 bilhões em igual período de 2019. A pandemia e o isolamento social geraram uma redução na demanda por combustíveis, principalmente gasolina e querosene de aviação, o que fez sua receita líquida se posicionar em R$ 51 bilhões, uma queda de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Se por um lado o mercado interno foi fraco, as exportações para a China cresceram substancialmente, já que aquele país retomou sua economia em “V” e mostra forte apetite por energia. A empresa administrou fortemente seus custos e despesas operacionais, minimizando o impacto da redução do faturamento na sua geração operacional de caixa, levando a apresentar um saldo Ebitda de R$ 25 bilhões, ou uma queda de 27% sobre o 2T19.
Já o resultado financeiro, apesar da valorização de 21% do dólar sobre o saldo de endividamento em moeda estrangeira, melhorou no 2T20 em relação ao 1T20, devido, principalmente, ao efeito de atualização monetária, de R$ 9,3 bilhões, referente à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS após ganho judicial, e ao menor volume de recompra de títulos. Isto levou a empresa a contabilizar um prejuízo de R$ 2,7 bilhões, menor que o esperado pelas projeções dos analistas e pode ser um vetor positivo para o preço da ação na B3.
O efeito cambial bateu no endividamento, mas levou seu indicador de dívida líquida/ Ebitda de 2,15x no 1T20 para 2,34x no 2T20. A dívida líquida pulou de US$ 84 bilhões no 2T9 para US$ 71 bilhões no 2T20.
No trimestre, o item não recorrente que se destacou foi a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins após ganho judicial, com impacto positivo de R$ 7,2 bilhões no Ebitda Ajustado e de R$ 10,9 bilhões no lucro líquido.
Na avaliação do analista de investimentos Pedro Galdi, da corretora Mirae Asset, o resultado veio melhor que o esperado e na teleconferência com analistas se o discurso for de otimismo, pode até ajudar no desempenho da ação no curto prazo. “Seguimos otimistas com a recuperação da empresa nos próximos trimestres e principalmente em 2021”, afirma.
Choque de liquidez
A receita de vendas no período foi de R$ 50,89 bilhões, queda de 29,9% na comparação anual, e de 32,6% na comparação trimestral. Segundo a empresa, o resultado veio com a pandemia e o colapso dos preços do petróleo resultantes das negociações da a OPEP+.
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou em Mensagem do Presidente que acompanha o balanço, que o choque de liquidez decorrente da queda do preço de petróleo no período “exerce um efeito similar ao de uma ataque cardíaco”. Segundo o executivo, o preço da commodity saiu de um patamar de US$ 65 por barril em fevereiro para US$ 19/b em abril, devido à contração de 25% da demanda global, “ameaçando uma parada súbita nos fluxos de caixa”.
*Com informações de Estadão Conteúdo.
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