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Juros fecham em queda firme com leilão do Tesouro, apostas na Selic e reformas

Os juros futuros encerraram a quinta-feira, 30, com queda firme e de forma generalizada entre os principais vencimentos e renovação de mínimas históricas de fechamento. Pela manhã, já exibiam alívio em meio à oferta do Tesouro em prefixados, menor em termos de risco em relação à última semana, mas ampliaram a queda à tarde após a operação, com destaque para os contratos do miolo e ponta longa da curva.

O quadro de apostas para a decisão do Copom na semana que vem segue mostrando cerca de 80% de chance de corte de 0,25 ponto porcentual na Selic, mas hoje cresceram um pouco as apostas para queda também no Copom de setembro e ainda a percepção de que o juro básico deve demorar mais para subir. Por fim, a perspectiva de que a fraqueza das economias vai sustentar os estímulos monetários por um longo período no Brasil e no mundo, e uma melhora na expectativa para a agenda de reformas no Brasil serviram de pano de fundo para posições mais arriscadas, mesmo num dia de agenda negativa para indicadores domésticos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 caiu de 2,742% para 2,63% e a do DI para janeiro de 2023 fechou na mínima de 3,65%, de 3,803% nesta quinta, 29. O DI para janeiro de 2024 fechou na mínima de 4,58%, de 4,763% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2025 passou de 5,383% para 5,20% e a do DI para janeiro de 2027, de 6,293% para 6,11%.

Após abrirem um pouco pressionadas, as taxas passaram a recuar ainda pela manhã, com demanda menor por papéis prefixados no leilão do Tesouro, o que levou a uma redução da oferta ante a operação da semana passada, de 12% em termos de DV01, que representa o risco dos papéis, segundo a Renascença DTVM.

O movimento de recuo dos DIs deu mesmo a despeito da disparada do IGP-M de julho e do forte aumento no déficit do governo central. Enquanto o índice subiu 2,23% e ficou acima da mediana das estimativas, de 2,14%, o saldo negativo do Governo Central, de R$ 194,734 bilhões em junho, veio bem pior do que apontava a mediana de déficit de R$ 163,5 bilhões.

Segundo cálculos do Haitong Banco de Investimentos, a precificação da curva para as apostas de corte de 0,25 ponto para a Selic no Copom da semana que vem mostra 81% de probabilidade, ante 29% de chance de manutenção. Mas aumentaram de 25% ontem para 30% hoje as chances de uma queda de igual magnitude no Copom de setembro.

Por Denise Abarca

Estadão Conteúdo

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