As empresas e famílias pagaram taxas de juros mais baixas em junho, informou hoje (29) o Banco Central (BC), ao divulgar as Estatísticas Monetárias e de Crédito.
A taxa média de juros para as pessoas físicas no crédito livre chegou a 40,7% ao ano, queda de 2,2 pontos percentuais em relação a maio. Já a taxa média das empresas ficou em 13% ao ano, redução de 1,2 ponto percentual na comparação com o mês anterior. Essa taxa para as empresas é a menor já registrada pelo BC.
A taxa do crédito pessoal (não consignado) chegou a 79,6% ao ano, com recuo de 1,3 ponto percentual em relação a maio. Os juros do crédito consignado caíram 0,4 ponto percentual para 19,6% ao ano.
A taxa do cheque especial chegou a 110,2% ao ano, queda de 5,9 pontos percentuais em relação a maio.
Os juros médios do rotativo do cartão de crédito chegaram a 300,3% ao ano, com queda de 4,7 pontos percentuais. No caso do rotativo regular, quando o cliente paga pelo menos o valor mínimo da fatura, a taxa chegou a 242% ao ano, recuo de 6,9 pontos percentuais. A taxa do rotativo não regular chegou a 334% ao ano, queda de 1,8 ponto percentual em relação ao mês anterior.
Apesar da redução nas taxas do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito, o chefe do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, avalia que os clientes bancários devem evitar essas modalidades de crédito. “Os devedores devem evitar linhas rotativas porque representam um endividamento a taxas muito elevadas e buscar o planejamento financeiro e linhas com melhores condições”, disse Rocha.
Essas taxas são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, e é destinado, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.
No caso do crédito direcionado, a taxa média para pessoas físicas permaneceu em 7,3%. Para as empresas, a taxa recuou 1,3 ponto percentual para 6,5% ao ano.
A inadimplência (considerados atrasos acima de 90 dias) das famílias recuou 0,3 ponto percentual para 5,2%. A inadimplência das empresas no crédito livre caiu 0,4 ponto percentual para 2%.
No crédito direcionado, a inadimplência recuou 0,5 ponto percentual para as famílias, ficando em 1,6%. E para as empresas, caiu 0,2 ponto percentual para 1,9%.
Empresas e famílias conseguiram R$ 322 bilhões em crédito dos bancos em junho. Na série com ajuste sazonal, houve elevação mensal de 2,5%, com variações de 10,4% a famílias e de -2,4% para empresas. No primeiro semestre, comparado ao mesmo período de 2019, as concessões totais cresceram 6,4%, refletindo a elevação para pessoas jurídicas de 14,8% e a contração para pessoas físicas, -0,7%.
O estoque de todas as operações de crédito do sistema financeiro ficou em R$ 3,625 trilhões em junho, aumento de 0,8% em relação a maio, em decorrência do acréscimo de 1% na carteira de pessoas jurídicas (saldo de R$ 1,6 trilhão) e de 0,7% em pessoas físicas (R$ 2 trilhões). Em 12 meses, o crescimento da carteira total acelerou de 9,2%, em maio, para 9,8%, em junho, estimulada pelas operações com empresas, que aumentaram 11,5%, superando a expansão com pessoas físicas, 8,5%.
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