A Duratex, fabricante de louças e metais sanitários, revestimentos cerâmicos e painéis de madeira, fechou o segundo trimestre de 2020 com um lucro líquido recorrente de R$ 2,213 milhões, queda de 96,8% ante o mesmo período de 2019.
O critério “recorrente” exclui itens contábeis sem efeitos no caixa e eventos considerados não usuais, como doações na pandemia, venda de ativos e ajustes pontuais nos negócios.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado e recorrente somou R$ 119,023 milhões, uma baixa de 44,2% na comparação entre os mesmos períodos. A margem Ebitda recuou de 18,6% para 11,4%. A receita operacional líquida foi de R$ 1,046 bilhão, encolhimento de 8,6%.
A mudança do lucro para o prejuízo foi determinada essencialmente pela crise decorrente do surto do novo coronavírus, que provocou parada temporária das fábricas, redução nas expedições e nas vendas e perda de escala. Outro fator que pesou foi a valorização do dólar e o encarecimento dos custos de produção.
Em abril houve a suspensão temporária das unidades da Divisão Madeira, da unidade de chuveiros elétricos e da unidade de louças de Queimados (RJ), além da redução da capacidade das demais unidades da Divisão Deca e de Cerâmicos. Mas todas as unidades já retomaram seus níveis normais de operação.
Ao se considerar o resultado líquido regular, sem aplicar o critério “recorrente”, os números foram parecidos. A Duratex teve prejuízo líquido de R$ 23,582 milhões, o que também representou uma reversão frente ao lucro de R$ 69,378 milhões no mesmo período do ano anterior. Já o Ebitda foi de R$ 147,011 milhões, queda de 48,8%. A margem do Ebitda recuou de 25,1% para 14,0%.
Dívida e investimento
A Duratex fechou o segundo trimestre com dívida líquida de R$ 2,180 bilhões, 85,8% mais do que um ano antes, devido ao investimento na nova fábrica da divisão de celulose solúvel. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) aumentou de 2,45 vezes para 2,55 vezes.
A companhia tinha, no fim de junho, R$ 1,598 bilhão em caixa e apenas R$ 55 milhões de dívidas com vencimento ainda em 2020. Já para 2021, há vencimentos de R$ 1,088 bilhão.
Os investimentos da Duratex em 2020 devem totalizar R$ 431 milhões, 25% menos do que o estimado originalmente. Segundo a empresa, o foco neste momento de crise é preservar o caixa e priorizar a sustentação das operações, além da integração e captura de sinergias com o negócio de revestimento cerâmico recém-adquirido. No segundo trimestre, os investimentos foram de R$ 117,1 milhões, e no primeiro semestre, alcançaram R$ 213,2 milhões.
Por Circe Bonatelli
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