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Cielo tem prejuízo de R$ 75,2 milhões no segundo trimestre

A Cielo (CIEL3) divulgou nesta terça-feira (28), após o fechamento de mercado, os seus números referentes ao segundo trimestre de 2020.

O resultado foi ruim e veio bem abaixo do esperado em termos de receita líquida, Ebitda e lucro líquido. A expectativa era de lucro líquido de R$ 36,5 milhões, a companhia reportou prejuízo de R$ 75,2 milhões no trimestre.

O principal destaque negativo foi a queda no volume financeiro: 22% inferior ao mesmo período de 2019 e 20% menor que o primeiro trimestre, reflexo do fechamento do comércio devido à quarentena da Covid-19.

Houve queda na base ativa de clientes para 1,3 milhão, redução de 7,3% em relação ao mesmo período de 2019 e queda de 9,3% em relação ao primeiro trimestre.

Com isso, a receita líquida totalizou R$ 2,45 bilhões, uma queda de 12,5% na comparação anual.

A redução de 1,7% nas despesas operacionais em relação ao mesmo período de 2019, não foi suficiente para limitar a queda na rentabilidade da companhia.

A geração de caixa medida pelo Ebitda somou R$ 236 milhões, forte queda de 70% em relação ao segundo trimestre de 2019, com margem Ebitda de apenas 9,6% (27,8% no 2T19 e 20,3% no 1T20).

O resultado da Cielo veio fraco e bem abaixo das expectativas do mercado, o que deve impactar negativamente no preço das ações (CIEL3) no curto prazo.

Já são três trimestres seguidos em que a Cielo entrega resultados bem abaixo do esperado, dessa vez com forte prejuízo, o que deve surpreender o mercado.

O lucro líquido da Cielo está em queda livre: R$ 548,5 milhões no 1T19, R$ 431 milhões no 2T19, R$ 358,1 milhões no 3T19, R$ 242,4 milhões no 4T19,  R$ 166,8 milhões no 1T20 e agora prejuízo de R$ 75,2 milhões no segundo trimestre.

Essa piora no resultado é explicada em parte pela quarentena da Covid-19 que fechou o comércio varejista com queda de 52% no consumo médio no mercado, valor medido na 4ª semana de março pelo ICVA (“Índice Cielo do Varejo Ampliado”), com mais de 50% dos estabelecimentos comerciais fechados.

O setor de adquirência, antes dominado pela companhia, recebeu diversos novos players nos últimos anos com preços cada vez menores. A “guerra das maquininhas” reduziu o poder de mercado da Cielo e a obrigou a jogar o jogo. Com isso, a empresa perdeu em volume e margem ao longo dos últimos três anos.

A quarentena prejudicou ainda mais o posicionamento de mercado da Cielo e afetou muito a sua rentabilidade.

Em suma, o futuro da Cielo é bem nebuloso e com mais perguntas que respostas. A companhia está pressionada nos preços pela concorrência e pressionada nos custos, trazendo clientes que não rentabilizam o negócio e resultado disso a grande redução da rentabilidade da companhia que já vemos e veremos ainda mais no futuro. A concorrência é muito forte, e o monopólio que era detido pela Cielo, com grandes barreiras de entradas se foi para empresas muito mais de tecnologia e avançadas. A Cielo é uma empresa analógica em uma era digital e disruptiva.

Redação Mercado News

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