Em um ambiente ainda de incertezas sobre o futuro do Brasil, na esteira da pandemia do novo coronavírus, os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 4,754 bilhões em junho, informou nesta terça-feira, 28, o Banco Central (BC). Este é o maior resultado para meses de junho desde 2018 (US$ 6,239 bilhões).
O resultado ficou acima das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, que iam de US$ 3,000 bilhão a US$ 4,000 bilhões, com mediana de US$ 3,500 bilhões. Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de abril indicaria entrada de US$ 3,500 bilhões.
No acumulado do primeiro semestre, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 25,349 bilhões. A estimativa do BC para este ano é de IDP de US$ 55,0 bilhões.
No acumulado dos 12 meses até junho deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 71,676 bilhões, o que representa 4,41% do Produto Interno Bruto (PIB).
Investimento em ações
O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou positivo em US$ 192 milhões em junho, informou o Banco Central. Em igual mês do ano passado, o resultado havia sido positivo em US$ 1,632 bilhão.
No acumulado do primeiro semestre, o saldo ficou negativo em US$ 17,849 bilhões.
Já o investimento líquido em fundos de investimentos no Brasil ficou positivo em US$ 239 milhões em junho. No mesmo mês do ano passado, ele havia sido negativo em US$ 648 milhões. No acumulado do primeiro semestre, os aportes líquidos somam US$ 500 milhões nos fundos.
O saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou positivo em US$ 1,948 bilhão em junho. No mesmo mês do ano passado, havia ficado negativo em US$ 1,001 bilhão. No semestre, o saldo em renda fixa ficou negativo em US$ 11,392 bilhões.
Taxa de rolagem
O Banco Central informou que a taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazos captados no exterior ficou em 26% em junho. Esse patamar significa que não houve captação de valor em quantidade suficiente para rolar compromissos das empresas no período.
O resultado ficou bem abaixo do verificado em junho do ano passado, quando a taxa havia sido de 213%.
De acordo com os números apresentados nesta terça pelo BC, a taxa de rolagem dos títulos de longo prazo ficou em 2% em junho. Em igual mês de 2019, havia sido de 3%. Já os empréstimos diretos atingiram 28% no mês passado, ante 447% de junho do ano anterior.
No primeiro semestre, a taxa de rolagem total ficou em 92%. Os títulos de longo prazo tiveram taxa de 80% e os empréstimos diretos, de 96% no período. O BC estima taxa de rolagem de 100% para 2020.
Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
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