O governo de São Paulo deverá anunciar nesta semana mudanças nas regras do plano de flexibilização da quarentena nos municípios paulistas. Uma das principais alterações será o afrouxamento do índice mínimo de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para que uma cidade passe da fase 3 (amarela) para a 4 (verde) da retomada.
Atualmente, para que uma cidade possa evoluir para a fase verde, em que mais setores econômicos são autorizados a reabrir, ela deve ter sua taxa de ocupação das UTIs abaixo dos 60%. A mudança foi revelada ontem em matéria do UOL e confirmada pelo Estadão.
Segundo fontes da gestão João Doria (PSDB), esse porcentual deverá ser alterado para 70% ou mais por duas principais razões: primeiro, porque nas cidades em que a pandemia vive momento de estabilidade, a ocupação de 70% não é tão ameaçadora, pois o número de casos tem tendência de queda.
Segundo, porque, com tal flexibilização, seria possível deslocar alguns leitos de UTI exclusivos para covid que estão ociosos para atender pacientes com outras doenças.
Tal mudança era uma demanda de cidades como São Paulo, uma das que vivem queda no número de novas infecções. Como o Estadão mostrou em meados de julho, a gestão Bruno Covas (PSDB) pretende retomar procedimentos como cirurgias eletivas utilizando partes dos leitos abertos para covid que não estão sendo necessários por causa da queda de internações.
Na ocasião, o município tinha 1.047 leitos de UTI disponíveis para doentes com coronavírus, dos quais 478 estavam vazios, o que representava uma taxa de ocupação de 54%. Se cem desses leitos fossem dedicados a outras enfermidades, por exemplo, esse índice já subiria para 60% mesmo que o total de internados continuasse igual, impedindo, assim, a evolução da cidade de São Paulo no plano de flexibilização.
No boletim divulgado ontem pela Secretaria Municipal da Saúde, o cenário era parecido. Dos 1.046 leitos de UTI disponíveis nos hospitais municipais da cidade, 558 (ou 53%) estavam ocupados.
As mudanças nas regras de flexibilização deverão ser anunciadas hoje e passariam a valer a partir do dia 31 de julho.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Saúde para obter mais detalhes sobre as mudanças, mas a pasta informou que só deverá ter mais informações sobre o assunto hoje.
Plano
O plano de reabertura da economia do Estado de São Paulo é dividido em cinco fases, desde a 1 (vermelha), mais restrita, até a 5 (azul), que prevê retomada da normalidade.
Na fase 3 (amarela), na qual a capital paulista se encontra no momento, podem funcionar bares, restaurantes e salões de beleza, além de estabelecimentos já permitidos na fase 2 (laranja), como concessionárias, escritórios, comércios de rua e shoppings centers.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Fabiana Cambricoli
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