O fim de semana trouxe duas novidades envolvendo o ministério da Economia. A primeira diz respeito à baixa do diretor de programas da Secretaria Especial de Fazenda, Caio Megale. O economista comunicou neste fim de semana que deve deixar a posição até a próxima sexta-feira (31), por motivos pessoais. Segundo fontes, Megale já tinha o desejo de voltar ao setor privado e a distância em relação à família contribuiu para a decisão. Ainda não há substituto para o cargo.
A segunda novidade é referente a Rubem Novaes, presidente-executivo do Banco do Brasil. Na última sexta-feira (24), Novaes entregou seu pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro, após entender que o banco precisa “de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações”. Interlocutores também citam motivos pessoais e o desejo de ficar mais com a família como motivos para a renúncia. O executivo chegou a defender a privatização do banco, juntamente com Guedes, mas disse entender que os trâmites políticos podem ser um empecilho na agenda.
As baixas podem gerar alguma reação negativa na sessão de hoje. No entanto, economistas não as veem como estruturalmente negativas, até porque dedicar-se ao setor público e estar sujeito às pressões do jogo político é extenuante, e não é tarefa para qualquer um. A equipe econômica ainda trabalha em torno de um nome para substituir Caio Megale na Secretaria Especial de Fazenda, enquanto o novo presidente do BB já foi indicado pelo ministro da Economia e só depende do aval de Bolsonaro. Fontes afirmam que a solução deve ser um nome interno e o nome mais cotado, atualmente, é o do vice-presidente de Gestão Financeira e Relação com Investidores, Carlos Hamilton Vasconcelos de Araújo.
A demissão do executivo também traz novos questionamentos quanto à possibilidade de privatização do banco, pretendida por Paulo Guedes e o próprio Novaes. Frustrado com a baixa probabilidade de levar o projeto adiante, o presidente do Banco do Brasil pode também ter entregado seu cargo por não poder cumprir o grande objetivo da privatização.
Em breve, a nomeação deve ser divulgada ao mercado e tranquilizar os investidores do banco. Para hoje, as ações do banco estatal devem operar de acordo com o humor do mercado, a indefinição podendo afetar de modo levemente negativo as ações.
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