Economia

Tensão na China causa volatilidade, mas fatores internos sinalizam tendência de alta

A semana se encerra com um movimento de realização de lucros, que foi mais sentido nos pregões asiáticos. Em Xangai, o índice SSE caiu 3,8% e, em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 2,2%. Os mercados também estão em baixa na Europa. Em Frankfurt, o índice Dax apresenta um recuo de cerca de 1,5%. O que está motivando essa baixa pontual foi o anúncio de que a China ordenou aos Estados Unidos que encerrem as atividades do consulado de Chengdu, cidade na região sudoeste da China e capital da província de Sichuan. A decisão é uma retaliação à ordem americana de que a China fechasse seu consulado em Houston, foi divulgada na quarta-feira (22).

A elevação do tom na disputa entre as duas maiores economias do mundo amplificou o sentimento negativo. Os investidores já tinham sido surpreendidos negativamente na véspera. Na quinta-feira (23), o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou que o número de pedidos iniciais de seguro-desemprego (“jobless claims”) da semana encerrada em 18 de julho foi de 1,416 milhão, alta de 109 mil pedidos em relação à semana anterior, e um resultado pior do que as expectativas.

Esse resultado afetou o humor dos investidores na quinta-feira. O índice americano Standard & Poor’s recuou 1,2% e fechou no menor nível desde 17 de julho. Esse movimento também fez as ações brasileiras recuarem. O Ibovespa fechou a 102.293 pontos, queda de 1,9% e no menor nível desde os 100.553 pontos do dia 16 de julho.

Ao longo dos últimos dias, os investidores vinham assumindo um entusiasmo crescente com as perspectivas de recuperação da economia e de retomada das atividades após o fim da pandemia. Esse cenário de fundo não mudou. No entanto, aumentos pontuais da tensão, como os provocados pela elevação do tom das relações entre americanos e chineses, levam os investidores a querer colocar os ganhos no bolso.

Indicadores

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia do IPCA, subiu 0,30 por cento em julho ante uma alta de 0,02% em junho, informou nesta manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O principal motivo da aceleração do índice foram as altas de 4,47% nos preços da gasolina e de 2 por cento nos preços das passagens do metrô, devido ao reajuste de 8,70% nas tarifas do Rio de Janeiro.

A confiança do consumidor voltou a subir em julho. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas subiu 7,7 pontos para 78,8 pontos. Foi a terceira alta consecutiva e agora o índice está apenas 9,0 pontos abaixo dos 87,8 pontos registrados em fevereiro, último mês antes da pandemia atingir a economia brasileira. Em médias móveis trimestrais, houve alta de 6,9 pontos após uma sequência de cinco quedas. Os consumidores estão menos pessimistas com as perspectivas futuras. O indicador que mede o otimismo em relação à situação econômica foi o que mais contribuiu para a alta do ICC em julho, ao subir 7,7 pontos e, ao atingir 111,5 pontos

O movimento de realização de lucros na quinta-feira abriu algumas oportunidades de compra, devido à queda dos preços de ações importantes. Não se descarta mais uma sessão de volatilidade elevada, mas o início dos negócios mostra uma tendência de alta.

Redação Mercado News

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