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Com retorno de ex-aliado de Temer e Cunha, Witzel faz aceno político à Alerj

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), renomeou para a secretaria de Casa Civil o ex-deputado federal André Moura, que havia sido exonerado em maio. A saída do experiente Moura, que já foi líder do governo de Michel Temer na Câmara dos Deputados, irritou a Assembleia Legislativa naquela ocasião e contribuiu para piorar ainda mais uma relação já esgarçada entre Executivo e Legislativo. O impeachment foi aberto poucas semanas depois.

Após dois meses de rearranjos e exonerações, ele foi nomeado novamente para tentar correr atrás do prejuízo na Alerj, que caminha para formar maioria robusta pró-afastamento do governador. A volta do secretário foi vista positivamente pela Casa, mas deputados ouvidos pelo Estadão avaliam que, por enquanto, nada muda no andamento do processo de impeachment – Witzel tem até a semana que vem para apresentar sua defesa à comissão especial.

A principal estratégia do governador no enfrentamento ao impeachment não tem sido política, mas jurídica. Está nas mãos do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, um pedido de suspensão do processo, apresentado pela defesa do mandatário. A nomeação de Moura é o primeiro gesto político visto como positivo desde que o impeachment foi aberto, no início de junho.

Com as críticas constantes de que vinha errando na condução política, Witzel já estava sondando Moura para o regresso ao Palácio Guanabara há cerca de quatro semanas. O principal algoz dele no governo, o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão, não está mais lá, o que contribui para o retorno. Tristão também simbolizava o que parlamentares viam como uma forma atabalhoada de lidar com o Legislativo – chegou a ser acusado de plantar grampos nos gabinetes dos deputados e de montar dossiês sobre eles.

O cenário, de fato, é outro. Além da saída de Tristão, foi exonerado outro então ‘supersecretário’, Cleiton Rodrigues, que vinha acumulando funções e também chegou a tentar diálogo com a Alerj durante o processo de impeachment. Tida até maio como principal influência sobre o governador, a primeira-dama, Helena Witzel, passou a opinar menos em decisões do Executivo – teria, inclusive, parado de frequentar a sala a que tinha direito num gabinete vizinho ao do marido.

Por Caio Sartori

Estadão Conteúdo

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