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Juros fecham com leve alta nos vencimentos longos, com arrecadação e leilão

A curva de juros terminou a quinta-feira, 23, com leve aumento de inclinação, dado pela estabilidade dos contratos de curto prazo e leve alta nos vencimentos longos. A oscilação maior das taxas foi no período da manhã, em meio ao leilão do Tesouro e ao fluxo mais firme do noticiário e da agenda de indicadores. À tarde, a piora do humor nos mercados internacionais, mas que pesou mais no segmento de ações, e o dado ruim da arrecadação federal em junho trouxeram um pouco mais de pressão aos vencimentos longos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou a sessão regular em 2,03%, mesmo nível do ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2022, também estável, encerrou a 2,97%. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 5,553% para 5,58% e a do DI para janeiro de 2027, de 6,393% para 6,43%.

A curva local acompanhou com um certo distanciamento o “risk off” dos mercados em geral, mais pela via da piora do câmbio. O mau humor nos ativos começou com o aumento dos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos acima do esperado e se aprofundou à tarde com relatos de que a Apple estaria sendo investigada por supostamente “enganar” consumidores.

No Brasil, para os juros, o leilão de prefixados já trazia influência desde o fim da tarde de ontem e hoje ajudou a inclinar a curva. “O leilão de LTN não foi como esperado. O mercado antecipou que seria um lote grande, mas como os spreads abriram muito desde a semana passada, o Tesouro decidiu colocar um pouco menos”, disse um gestor.

O Tesouro vinha elevando a oferta principalmente de LTN nas últimas semanas, chegando a oferecer 23 milhões no último leilão, o que induziu os investidores a apostarem num lote igual ou talvez maior nesta quinta-feira. A instituição acabou por ofertar 17 milhões, tendo vendido 16,35 milhões. O lote de NTN-F, porém, saltou de 1 milhão na semana passada para 1,5 milhão, absorvido integralmente. Mesmo com liquidez farta no mercado, Vitor Carvalho, sócio-gestor da LAIC HFM, destaca que as taxas voltaram a “espirrar” (vieram acima do consenso).

A agenda da tarde trouxe que a arrecadação de junho somou R$ 86,258 bilhões, um tombo de 29,59% em relação a junho de 2019, já descontada a inflação no período, mas melhor na comparação com maio, com alta de 11,13% em termos reais. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de R$ 88,35 bilhões. “Veio muito ruim e pesou um pouco nos longos”, afirmou Carvalho.

Por Denise Abarca

Estadão Conteúdo

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