A união da Claro às concorrentes TIM e Telefônica Brasil (dona da Vivo) em uma oferta vinculante pelos ativos de telefonia móvel da Oi foi uma “grande surpresa”, já que até então, a empresa controlada pela América Móvil não havia indicado que se juntaria às concorrentes na oferta. A visão é do BTG Pactual, que considera, em comentário a clientes, que essa oferta conjunta pode reduzir a competição pelo ativo da Oi.
Os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi comentam ainda que como o preço não foi divulgado pelas empresas, a notícia tende a ser marginalmente positiva para as três interessadas, em especial para a TIM, que deve ficar com a maior parte da Oi Móvel. Para a vendedora, porém, eles consideram que pode haver impacto negativo, pois há uma chance, acreditam, de que o valor tenha sido menor que os R$ 15 bilhões que a Oi havia indicado em junho que esperava receber pelas operações.
Mas os analistas destacam ainda que o anúncio da própria Oi falou em ofertas vinculantes pela Oi Móvel no plural, sem citar nomes de empresas. “Ainda que sempre tenhamos pensado que seria improvável ver novos entrantes no mercado brasileiro de telecomunicações, não podemos excluir essa possibilidade por completo”, escrevem. Há pouco, a Oi divulgou em nota à imprensa que recebeu “mais de uma proposta vinculante” pelos ativos, mas não deu mais detalhes.
Sequeira e Carfi afirmam que continua sendo provável que a TIM fique com a maior parte da Oi Móvel, mas que a entrada da Claro na oferta torna “incerta” a forma como se dará a divisão das operações.
Em outro ponto, os analistas destacam que a Oi também recebeu uma oferta vinculante pela unidade produtiva isolada (UPI) Torres, que reúne atividades de sites de telecomunicação outdoor e indoor de transmissão de radiofrequência da companhia e suas subsidiárias. A oferta foi feita pela Highline do Brasil, e o valor é de R$ 1,076 bilhão.
“Isso além de uma oferta de R$ 325 milhões recebida pelos data centers. Tudo inserido, e assumindo um preço de R$ 15 bilhões pela divisão móvel, a Oi estaria prestes a levantar R$ 16,4 bilhões em vendas de ativos, sem incluir a venda de uma fatia na Oi Infra (a empresa espera captar R$ 6,5 bilhões vendendo 25,5% da Oi Infra)”, concluem.
Por Matheus Piovesana
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