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Juros fecham em baixa com otimismo sobre reformas e situação fiscal pós-pandemia

Os juros futuros fecharam a sexta-feira, 17, em queda, com reforço nas expectativas positivas para a área fiscal e de reformas. O movimento se deu mesmo com o dólar acelerando os ganhos e batendo máximas ante o real na segunda etapa, mas sem afetar a curva. Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, garantir ontem o envio da reforma tributária na próxima semana ao Congresso, o mercado gostou das declarações do novo secretário do Tesouro, Bruno Funchal, hoje à tarde, defendendo o teto de gastos, a retomada da agenda das reformas para além da proposta tributária e assegurando o retorno da consolidação fiscal depois da pandemia. Os longos fecharam com queda mais forte, de mais de 10 pontos-base, e os curtos recuaram menos, mas ainda assim o suficiente para o quadro de apostas para a Selic em agosto pender um pouco mais para o corte de 25 pontos-base. Várias taxas renovaram seus pisos históricos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 caiu de 2,049% para 2,030% e a do DI para janeiro de 2022, de 3,022% para 2,95%. O DI para janeiro de 2025 terminou em 5,49% (piso histórico), de 5,603% ontem no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2027 também renovou mínima histórica, de 6,29%, ante 6,42% ontem.

Apesar do cenário externo ter apontado alguma melhora do apetite pelo risco via avanço do rendimento dos Treasuries, foram os fatores internos a definirem o desenho da curva local nesta sexta-feira. O dia já começou positivo, com os investidores reagindo ao anúncio Guedes, ontem, de que enviará o texto da reforma tributária na terça-feira ao Congresso, sem por enquanto propor imposto sobre transações financeiras, que havia gerado críticas por parte do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. “Se vamos começar pelo que nos desune, a reforma tributária vai terminar antes de começar”, afirmou Guedes. “Não interessa ir para o confronto, isso é uma tolice.”

“A sinalização é boa e passa por cima de questões às quais o mercado tem restrições, como a volta da CPMF. Ainda que restem arestas a aparar, há vários pontos que estão ganhando consenso e isso vai ser fundamental para recuperar a tranquilidade dos investidores e o regime fiscal”, avaliou Vladimir Caramaschi, estrategista-chefe da CA Indosuez Brasil.

À tarde, o otimismo aumentou em meio à participado novo secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, em evento promovido pela XP Investimentos. Entre outros pontos, ele destacou que o “principal direcionador” do Orçamento de 2021 é o teto de gastos e defendeu a retomada da PEC do Pacto Federativo e da proposta que tira o carimbo de recursos atualmente vinculados a fundos do governo. Afirmou também que a agenda de consolidação fiscal voltará após a pandemia e que isso contribuirá para a confiança dos investidores na economia.

Por Denise Abarca

Estadão Conteúdo

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