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Telecomunicações no radar dos investidores

A Telefônica Brasil, mais conhecida pelo nome comercial Vivo, anunciou que vai lançar no dia 24 deste mês a sua rede 5G DDS, cuja tecnologia utiliza redes de frequência já disponíveis. O lançamento será realizado inicialmente em oito capitais brasileiras: São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre. Atualmente são poucos os aparelhos celulares no mercado que suportam esse tipo de conexão, o que limita sua utilização no curto prazo.

O 5G DDS não tem a mesma capacidade que a tecnologia 5G terá, além de operar em frequências não ideais para a tecnologia. Mesmo assim, a expectativa é que ela seja capaz de multiplicar a velocidade de conexão em duas vezes.

O leilão do 5G, a ser realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), deve ocorrer apenas no primeiro semestre do ano que vem devido à pandemia da Covid-19. Nele serão leiloadas redes de alta frequência exclusivas para a tecnologia 5G, visto que elas precisam de uma frequência própria para operar em plena capacidade e com a segurança necessária.

A Tim também apresentou novidades e planos de expansão no segmento fixo e móvel. A operadora de telecomunicações contratou o banco UBS com o intuito de buscar sócios para aumentar a sua infraestrutura de ativos físicos associados à operação fixa, aumentando a sua capacidade de oferta de serviços de banda larga de alta velocidade através da tecnologia de fibra ótica (FTTH).

Além disso, a Tim Brasil recebeu o aval da “matriz” Telecom Itália para que sejam aprovados os termos da oferta vinculante para aquisição dos ativos móveis da brasileira Oi. Mais um importante passo em direção a esta importante transação.

A notícia da Vivo (VIVT3/VIVT4) é positiva para a companhia, mas com pouco potencial de impacto nos resultados no curto prazo. Dessa forma, analistas esperam impacto neutro nas ações da Vivo e um desempenho em linha com o Ibovespa na sessão de hoje.

A companhia deve utilizar a tecnologia 5G DDS como uma espécie de prévia para o ano que vem, quando ela deve entrar de forma agressiva no leilão do 5G no Brasil. Segundo especialistas a tecnologia 5G será capaz de transformar os serviços de telecomunicações e o seu uso estará associados a diversas tecnologias avançaram que precisarão inevitavelmente da sua capacidade, como os carros autônomos e a telemedicina, por exemplo.

O leilão do 5G será um dos grandes catalisadores das ações do setor em 2021.

Já para a TIM ambas notícias são positivas, mas aquela associada à oferta vinculante pelo negócio móvel da Oi é a mais importante no curto prazo e por isso esperamos impacto positivo no preço das suas ações (TIMP3) na sessão de hoje.

A Vivo (VIVT3/VIVT4) é líder do mercado de telefonia móvel no Brasil há alguns anos. Segundo os dados mais atuais da ANATEL de maio, ela possui 33% de participação de mercado, enquanto a TIM (TIMP3) e a terceira colocada com 23,2% e a Oi (OIBR3) é a quarta com 16,3%.

Uma possível aquisição integral da TIM com a Oi Móvel a colocaria no primeiro lugar em termos de Market Share no segmento móvel no Brasil. Contudo, a tendência é que outras companhias também comprem parte do negócio (Vivo, Claro, Algar), que de acordo com a Oi está avaliado em no mínimo R$ 15 bilhões.

A TIM é uma companhia majoritariamente ligada aos serviços móveis. No primeiro trimestre de 2020 apenas 5,6% da sua receita líquida foi proveniente do segmento fixo. Na parte de Banda Larga a TIM é apenas a quinta colocada em participação de mercado no Brasil, com fatia de apenas 1,8%.

A contratação do banco UBS para auxiliá-la na expansão deste segmento é positiva e mostra a preocupação da companhia em ampliar a sua capacidade de operar este segmento, bastante promissor, mas ainda incipiente nos seus negócios.

Redação Mercado News

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