Os números desta terça-feira (14) vinham sendo aguardados ansiosamente pelos investidores. No Brasil, a expectativa era com o IBC-Br, prévia do comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) divulgada mensalmente pelo Banco Central (BC). Por ser mensal, o IBC-Br é considerado uma prévia do PIB, divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E os números não foram tão ruins quanto se temia. Considerando-se os dados dessazonalizados, a economia brasileira cresceu 1,31% em maio na comparação com abril. Claro, o resultado em comparação com maio de 2019 foi ruim. A produção de bens e serviços caiu 12,75%. No entanto, a divulgação do IBC-Br pode ser um bom indicador de que a economia está se recuperando mais depressa do que o esperado.
O mês de maio tem sido pródigo em boas notícias. As vendas no varejo cresceram 13,9%, e produção da indústria avançou 7%. Claro, todos esses números são uma reação às quedas violentas registradas em abril. O próprio IBC-Br de abril indicou uma queda de 9,45% em relação a março (dados dessazonalizados). Em termos absolutos, a produção e o consumo ainda estão distantes dos picos registrados no início do ano, antes de a pandemia se abater sobre a economia brasileira. Mesmo assim, os números mostram que a economia está em um caminho saudável de recuperação.
A melhora não se restringiu ao cenário brasileiro. No mercado internacional, as ações americanas ensaiaram uma leve alta na manhã desta terça-feira, animadas pelos resultados do banco JP Morgan. O banco divulgou uma queda de 51% em seu lucro líquido no segundo trimestre. O lucro líquido do banco caiu para US$ 4,69 bilhões (R$ 25,2 bilhões). Apesar do resultado ruim, os números vieram melhores do que o esperado. O lucro por ação foi de US$ 1,38. Na média, as expectativas eram de um lucro por ação de US$ 1,04, abaixo do resultado divulgado. Por isso, as ações do banco avançaram 4% no pré-mercado.
Esta será a semana dos balanços dos bancos americanos. Nesta terça-feira, além do JP Morgan, Citigroup e Wells Fargo divulgam seus números. Na quarta-feira (15) será a vez do Goldman Sachs, e na quinta-feira (16) saem os números do Morgan Stanley e do Bank of America. Os resultados dos bancos, que deverão mostrar as perdas reais com empréstimos concedidos a empresas e a indivíduos, serão um dos indicadores mais importante da saúde da economia americana.
Os dados da economia real brasileira e os resultados dos bancos mostram concretamente aquilo que as expectativas já vinham antecipando. Apesar do impacto pesado da pandemia do coronavírus sobre pessoas e empresas, os resultados das companhias abertas e a economia como um todo estão mostrando uma capacidade de recuperação melhor do que o esperado. Com isso, os preços dos ativos começam o dia em alta, apesar de não se descartar uma volatilidade acentuada durante o período.
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