As pequenas empresas representam a maior parte das recuperações judicial e falências levantadas pela Boa Vista SCPC. Na média de 12 meses, essas companhias foram responsáveis por 93,4% dos pedidos de falência e 94,2% dos pedidos de recuperação judicial. Os negócios de menor porte sempre são as que mais sofrem, diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.
Ele destaca que essas empresas têm problema de fluxo de caixa e maior dificuldade para conseguir crédito no mercado. “É uma questão de risco. Nesses momentos de crise, as instituições evitam clientes mais frágeis.” Enquanto as grandes companhias do País têm, pelo menos, três meses de caixa para bancar todas as despesas do dia a dia sem faturar, nas micro, pequenas e médias empresas a situação é bem diferente. Segundo especialistas, a maioria não tem fluxo de caixa suficiente para bancar um período longo sem receitas.
O presidente da Trevisan Escola de Negócios, VanDyck Silveira, diz que tradicionalmente essas empresas têm 27 dias de caixa para honrar seus compromissos. Por isso, o número de falências tem aumentado. O advogado Sergio Emerenciano, da Emerenciano, Baggio & Associados, afirma que as falências ocorrem mais em empresas menores (com dívida executada acima de 40 salários mínimos), que têm um fluxo de caixa menor e não têm ativos para dar em garantia.
Setor mais afetado
De acordo com o levantamento da Boa Vista, outra característica das recuperações e falências dos últimos 12 meses é que elas estão mais concentradas no setor de serviços, que concentra a maior parte dos pequenos empreendimentos. Cerca de 40% dos pedidos de falências feitos entre junho do ano passado e agora são de negócios ligados a essa área. Entre as falências decretadas pelos juízes, serviços representam 45,2%. Nos processos de recuperação judicial, o setor respondeu por 59,8% dos pedidos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Renée Pereira
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