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Juros longos apagam viés de queda e fecham estáveis, com piora de humor

Os juros futuros fecharam a segunda-feira perto da estabilidade. Um viés de baixa prevaleceu nos vencimentos mais longos durante boa parte do dia, mas se apagou nos minutos finais da sessão regular, em linha com a piora generalizada nos demais segmentos. As taxas curtas também pouco se mexeram nesta segunda-feira de volume fraco de contratos, refletindo a ausência de vetores para conduzir os negócios.

O mercado segue dividido em relação às apostas para o Copom de agosto, se haverá novo corte ou manutenção da Selic, à espera de gatilhos que possam fazer esse pêndulo andar e dar algum impulso à curva.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou em 3,03%, de 3,022% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2021 passou de 2,064% para 2,065%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 5,57%, de 5,563% no ajuste anterior, e a do DI para 2027 passou de 6,37% para 6,39%.

Nos longos, as taxas vinham caindo de forma quase ininterrupta desde o começo o mês, o que deixou os prêmios mais magros e, com isso, é natural haver uma acomodação, na medida em que não se tem novidades no quadro fiscal.

Durante boa parte do dia, chegaram a testar níveis ainda mais baixos, mas na reta final zeraram a queda discreta para fechar com viés de alta, após a informação de que o governo da Califórnia já está revendo protocolos de funcionamento do comércio em meio ao avanço da pandemia. Até então, os mercados internacionais tinham bom desempenho, amparados em notícias de avanços para o lançamento de vacinas contra o coronavírus, mas o fato é que os casos e mortes não param de crescer no mundo, sobretudo no Brasil e nos Estados Unidos.

Enquanto isso, os vencimentos curtos seguem na dependência de informações que possam levar a um consenso sobre o que deve fazer o Copom nesta reta final de ajuste da política monetária.

Para a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitoria, as apostas para corte devem ser reduzidas gradualmente na medida em que os dados sigam mostrando recuperação da atividade, considerando também que as mensagens do Banco Central têm tido um viés mais otimista sobre a retomada. “O resultado do varejo trouxe uma visão positiva e temos sinais de aceleração da inflação. Hoje a pesquisa Focus já mostrou alta na previsão do IPCA”, disse.

A mediana das estimativas para a inflação este ano no Boletim Focus subiu de 1,63% para 1,72% – ainda distante do piso da meta de 2,5% – e para o PIB subiu de -6,5% para -6,1%.

Por Denise Abarca

Estadão Conteúdo

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