Após o anúncio do governo de São Paulo, que divulgou regras que preveem a reabertura de academias, cinemas e teatros ainda neste mês, em regiões que estão na fase “amarela” do Plano São Paulo, especialistas se manifestaram contra a medida. Para eles, o momento de fazer qualquer flexibilização na quarentena é quando houver uma curva diária descendente de casos e, consequentemente, de óbitos.
Coordenador do estudo que investiga a prevalência do novo coronavírus em cidades brasileiras, Pedro Curi Hallal afirma que o plano de reabertura simbolizado pelas fases é bem elaborado. Porém, considera que a flexibilização é apressada.
“Há evidências de declínio dos casos em cidades como Manaus e Fortaleza. Mas isso que está sendo feito no Estado é uma atitude apressada”, diz Hallal, que é reitor da Universidade Federal de Pelotas. Ele diz que deve haver um aumento de casos.
De acordo com o professor Domingos Alves, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (US), em Ribeirão Preto, a preocupação com a saúde pública no Estado “foi para o espaço”. Ele afirma que São Paulo adotou uma política de que, enquanto houver leitos de UTI disponíveis para o tratamento da covid-19, a taxa de contaminação está estável, o que contraria a diretriz da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para a entidade, a incidência só diminui quando a curva permanece decrescente por duas semanas. “São medidas midiáticas, eleitoreiras e que buscam retomar a economia. Mas pessoas doentes e mortas não vão fazer compras nem vão aos bares.”
As restrições
Na fase amarela do Plano São Paulo, bares e restaurantes devem funcionar por seis horas diárias, até as 17 horas, com ocupação máxima de 40%. Também há uma limitação das operações a ambientes ao ar livre ou arejados, de acordo com o plano. É obrigatório o uso de máscaras. Salões de beleza podem abrir com apenas 40% da capacidade, funcionamento por seis horas, uso obrigatório de máscaras e também a adoção de protocolos específicos de higiene e distanciamento.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Renato Vieira
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