O governo de São Paulo divulgou nesta sexta-feira, 3, regras que preveem a reabertura de academias, cinemas e teatros ainda neste mês, em regiões que estão na fase “amarela” do Plano São Paulo, o programa de reabertura econômica de São Paulo em meio à pandemia. A previsão é que esses setores possam iniciar o atendimento ao público a partir do dia 27 de julho, se as tendências de redução dos índices de novos casos, internações e mortes por covid-19 permanecerem.
O anuncio se trata de uma antecipação. Essas atividades só estavam previstas, quando da apresentação do plano, para a fase “verde,” quando a epidemia estivesse menos grave.
As três únicas regiões do Estado que poderão liberar as atividades ainda neste mês, caso mantenham as tendências, são a capital, a região do ABC e o sudoeste da região metropolitana, em cidades como Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu.
“A capital permanece agora já por sete dias consecutivos na fase amarela”, disse o prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB). Mas ele destacou que as novas autorizações ainda serão debatidas internamente na cidade. “A partir de hoje, a gente começa uma discussão interna com a vigilância sanitária do município dada essa decisão do governo.”
A cidade assinará neste sábado, 4, os protocolos com bares, restaurantes, salões de beleza, liberando a reabertura a partir de segunda-feira, 6.
As academias terão de respeitar um limite de ocupação 30% da capacidade de público, um horário de funcionamento de seis horas diárias, com acesso apenas por meio de agendamento prévio e suspensão de atividades em grupo e do uso dos vestiários.
Já os cinemas, teatros e eventos só podem ocorrer se forem com todo o público sentado, ocupando 40% da capacidade do espaço, com as pessoas respeitando a distância de um metro e meio entre elas, venda de ingressos feita exclusivamente pela internet, suspensão do consumo de alimentos de bebidas e controle de acesso. A pipoca no cinema estará vedada.
Tanto nas academias e nos demais eventos, o uso de máscara continua obrigatório.
No caso de eventos com público em pé, que inclui museus, exposições e outros eventos culturais liberação só se dará na fase verde do programa. Nas projeções do governo, isso se dará em meados de outubro. Eles terão de respeitar limite de 60% da capacidade, fazer marcações para a separação das pessoas e também realizar venda antecipada.
A previsão para a retomada em no fim do mês é decorrente de uma regra determinada pelo Centro de Contingência do Coronavírus. Esses setores só serão autorizados a retomar na fase amarela do Plano São Paulo em regiões que estão nessa fase da abertura há ao menos quatro semanas. “Não é funcionamento imediato a partir de segunda-feira. Tem essa previsibilidade das quatro semanas”, disse a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen.
O secretário executivo do Centro de Contingência, João Gabbardo, destacou que pessoas com idosas e com doenças crônicas, público de maior risco de morte caso infectado pelo coronavírus, devem permanecer em casa. “Toda as atividades que estão sendo agora flexibilizadas, não mudam a recomendação do centro de contingência para que essas pessoas permaneçam em casa e que só saiam por necessidade”, disse.
Gabbardo ainda destacou que, no caso das academias, a liberação traz como questão de fundo a saúde decorrente da realização de atividades físicas. “O fator mais significativo, aquele que traz mais impacto sobre a saúde da população, a saúde das pessoas, a preservação e a prevenção de doenças, é a atividade física, mais do que alimentação saudável, o hábito de não fumar”, afirmou. “Então a atividade física deve ser avaliada não como uma atividade de lazer, mas como a condição que impacta na saúde das pessoas.”
Com aumento na demanda por leitos de internação para pacientes com covid-19 na região de Campinas, no interior do Estado, a região voltou para a fase vermelha dentro do Plano São Paulo. Essa foi a única alteração na classificação das cidades nesta semana, segundo informou a secretária Patrícia Ellen.
Por Bruno Ribeiro e Marina Aragão
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