Após apenas cinco dias de sua indicação como o novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli já deixou o cargo e o MEC fica novamente sem chefe. Na tarde desta terça-feira (30), Decotelli entregou sua carta de demissão após a permanência na pasta tornar-se insustentável – a posse do ministro deveria ter ocorrido na segunda-feira (29 de junho), mas foi adiada devido às suspeitas em torno de seu currículo acadêmico e profissional.
No currículo, Decotelli afirmou ter atuado como professor colaborador junto à Fundação Getulio Vargas (FGV), ter título de doutor pela Universidade de Rosário, Argentina e ter feito pós-doutorado na Universidade de Wuppertal, Alemanha. Desmentidas pelas instituições, as três supostas conquistas acadêmicas e profissionais abalaram a confiança de Bolsonaro no ministro e uma “solução pacífica” foi construída, resultando na carta de renúncia de Decotelli. A formação do ex-ministro tinha sido o principal motivo de sua escolha para o cargo.
O presidente agora exigirá uma melhor apuração dos currículos antes de escolher por um novo nome para a Educação; há uma lista de cotados atualmente.
Com a saída (ou não-entrada) de Decotelli, o cargo de ministro da Educação volta a ser disputado por diferentes alas do governo: militares querem um ministro de perfil mais moderado, enquanto a ala ideológica tenta promover um substituto mais parecido com o ex-ministro Abraham Weintraub. Ainda há pressão do Centrão, que comanda atualmente o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
Menos importante o nome do que a simbologia: depois da bola fora do Planalto, escolher um nome mais radical para o comando da pasta pode colocar em xeque as recentes sinalizações de um governo mais “light”, com integrantes mais técnicos e menos polêmicos.
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