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83% das pequenas e médias empresas da AL sofrem impacto da pandemia, diz pesquisa

As atividades de 83% das pequenas e médias empresas (PMEs) de toda a América Latina sofreram algum tipo de impacto causado pela pandemia do novo coronavírus. As companhias que fazem parte das 17% que não foram impactadas atuam, em sua maioria, em setores considerados essenciais, como supermercados, farmácias, agricultura e postos de combustível.

Os dados são da pesquisa “As PMEs latinoamericanas em tempo de covid-19: seus desafios, dificuldades e necessidades”, encomendada pela Visa e realizada pela consultoria Americas Market Intelligence, em maio de 2020, com 100 empresas dos setores da indústria, comércio e serviços localizadas no Brasil, México e Colômbia.

Os resultados mostram ainda que, para 40% dos empresários entrevistados, houve redução significativa nas vendas, enquanto 30% dizem enfrentar a falta de matéria-prima, cancelamento de contratos e perdas de clientes. A folha de pagamento aparece como a principal preocupação dos donos de médios e pequenos negócios, seguida por pagamento de aluguel, crédito mobiliário e despesas com contas de luz, água e telefone.

Este cenário reforça a demanda das empresas por crédito e ajuda de instituições financeiras. Segundo o levantamento, 40% das empresas entrevistadas utilizam algum tipo de crédito ou empréstimo (incluindo de amigos ou familiares, excluindo financiamento e cartões de crédito). Em 2018, a taxa era de 14%, o que indica aumento da demanda por esses serviços. Entre as que utilizaram crédito, metade o faz por meio de bancos comerciais, e são quase todas dos setores de comércio e indústria.

De acordo com a Visa, em comunicado, as PMEs do comércio são as que mais demandam um novo aporte financeiro. Já as empresas da indústria e provedores de serviços apontam a assistência dos bancos para flexibilizar pagamentos de cartões de crédito como maior necessidade.

Quanto aos serviços já oferecidos pelos bancos, 87% afirmam que usam o internet banking ou o aplicativo da sua instituição financeira. Entre estes, 85% recorrem às plataformas digitais apenas para realizar operações simples, como consultas, transferências e pagamentos. Os 15% restantes realizam transações mais avançadas, como cancelamento de cartões, solicitação de crédito, abertura de conta e atendimento ao cliente.

Por Gabriel Caldeira

Estadão Conteúdo

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