O Grupo São Martinho reportou lucro líquido de R$ 142,7 milhões no quarto trimestre do ano-safra 2019/20, encerrado em 31 de março. O resultado representa alta de 66,6% ante o registrado em igual período da temporada 2018/19. Os resultados foram divulgados na noite de segunda-feira, 29, após o fechamento do mercado.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia sucroenergética subiu 13,7% na mesma base de comparação, para R$ 579,51 milhões.
Durante toda a safra, o lucro líquido acumulado subiu 103,5%, para R$ 639,01 milhões. O Ebitda ajustado da safra avançou 12,9% no período, para R$ 1,857 bilhão.
A receita líquida do grupo alcançou R$ 1,146 bilhão no trimestre, alta anual de 2%; no acumulado, o avanço foi de 9,5%, para R$ 3,701 bilhões. O lucro caixa ficou em R$ 164,86 milhões (+4,3%) no trimestre e em R$ 713,547 milhões (+54,7%) no acumulado da safra.
A dívida líquida consolidada subiu 19,9% no trimestre encerrado em março na comparação interanual, passando para R$ 2,87 bilhões no último trimestre da temporada. A alavancagem passou de 1,46 vez para 1,55 vez.
No início de abril, o UBS afirmou que a forte desvalorização do petróleo e a desaceleração no consumo de açúcar em função da pandemia de coronavírus levariam o grupo a apresentar resultados mais fracos no trimestre. Assumindo como base o hedge robusto de açúcar feito pela empresa antes da pandemia, entretanto, os analistas do banco elevaram a recomendação para as ações da empresa de neutro para compra, com preço-alvo de R$ 23 por ação.
Produção
A companhia relatou processamento de 22,64 milhões de toneladas de cana ao fim da temporada. A produção de açúcar ficou em 1,106 milhão de toneladas, 11,4% acima do fabricado na safra anterior. Já a do etanol ficou 6,9% acima, em 1,172 bilhão de litros.
Na comparação com a safra 2018/19, o processamento de cana aumentou em 10,7%, mas o Açúcar Total Recuperável (ATR) médio caiu 2%, para 139,4 quilos por tonelada. O mix entre açúcar e etanol foi praticamente o mesmo: 63% para o biocombustível e 37% para o adoçante em 2019/20, ante 64% e 36%, respectivamente, em 2018/19.
O capex de manutenção da companhia somou R$ 433,05 milhões no quarto trimestre da safra, aumento de 15,2% em relação ao de igual período da safra anterior. O crescimento no acumulado da safra é de 12,9%, para R$ 1,137 bilhão. A empresa atribui o aumento à alta dos “preços de insumos, como defensivos e fertilizantes, reflexo da variação cambial ocorrida no período, que impactou os investimentos relacionados ao plantio de cana e tratos culturais, combinado com o aumento da área plantada no período”, afirma no comunicado.
O capex de melhoria operacional, composto por investimentos relacionados às trocas de equipamentos agrícolas e industriais, visando crescimento de produtividade, somou R$ 30,12 milhões no trimestre encerrado em março, retração de 23,9%.
Quanto ao capex de expansão, a companhia realizou investimentos que somaram R$ 34,161 milhões no quarto trimestre da safra, queda anual de 46,2%.
Para a safra 2020/21, a empresa estima um capex de manutenção de aproximadamente R$ 1,17 bilhão. Adicionalmente, estão previstos cerca de R$ 100 milhões de investimentos em melhoria operacional e projetos.
Por Julliana Martins
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