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Catedral da Sé retoma missas com público

Com álcool em gel na hora da comunhão, uso de máscara e distanciamento entre fiéis, a Catedral da Sé retomou as missas com a presença do público na segunda-feira, 29, na Praça da Sé, centro de São Paulo. A reabertura das Igrejas Católica e Ortodoxa acompanha um protocolo sanitário de retomada gradual aprovado pela Prefeitura.

Desde março, as celebrações religiosas e demais atividades pastorais das paróquias da Arquidiocese de São Paulo ocorriam sem a presença de fiéis. Anteontem, a igreja já havia feito um ensaio para reabrir.

Cerca de 50 pessoas acompanharam a missa do meio-dia. A Sé estava preparada para receber 240 fiéis, total permitido no momento. Com isso, a catedral não chegou nem perto de uma aglomeração. Pelo protocolo, igrejas devem respeitar espaço mínimo de 1,5 metro entre pessoas. A entrada foi feita pela porta lateral, mais estreita, para facilitar a higienização de quem chegasse. O álcool em gel foi usado com frequência, mas não houve medição de temperatura, item previsto no protocolo.

A mudança mais perceptível foi o distanciamento entre os visitantes. Cada banco só permitia três pessoas sentadas – o restante era coberto por uma fita adesiva amarela e preta. A ocupação dos bancos teve de ser feita de modo alternado, sempre com espaços vazios entre as fileiras. O uso de máscaras era obrigatório, mas nem sempre correto. Muitos deixavam a proteção no queixo durante a celebração. “A gente estranha um pouco a distância, um longe do outro, mas é necessário neste momento”, diz a dona de casa Maria Inês da Silva, de 52 anos.

A missa também teve de alterar ritos, como a comunhão. Antes do sacramento, as pessoas recebiam álcool em gel, oferecido por funcionários da igreja. O momento foi silencioso, sem a tradicional troca de palavras entre o padre e o fiel. A comunhão era o momento mais esperado pelo vendedor Daniel Sbanzione. “Faz muita falta o contato físico e, principalmente, a comunhão. Senti falta deste momento”, disse ele, de 42 anos.

A professora Osmarina Molina, de 61 anos, fez questão de acompanhar a missa no primeiro dia de retomada, pois sentia falta do ambiente de conforto espiritual. Ela pediu que o filho a levasse de Interlagos, zona sul, ao centro. “A gente agradece todos os esforços para a transmissão das missas, mas o encontro presencial é muito diferente. É a casa de Deus. Precisávamos desse apoio para continuar nesse momento difícil”, disse a educadora.

O padre Bruno Vivas, secretário executivo da Arquidiocese de São Paulo, diz que ouviu muitos pedidos para reabrir as igrejas, principalmente no Piqueri, paróquia onde atua, mas também em outros locais. “Em algumas igrejas, percebemos a presença de pessoas rezando nas calçadas. Estavam com saudades. Era o momento de voltar.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Gonçalo Junior

Estadão Conteúdo

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