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Para BC, crise atual pode causar aumento de concentração no setor bancário

O diretor de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello, afirmou nesta segunda-feira, 29, que a crise atual, provocada pela pandemia do novo coronavírus, “pode causar, como rescaldo, aumento de concentração no setor bancário”. Ao mesmo tempo, Mello pontuou que o BC tem trabalhado para que isso não ocorra.

De acordo com o diretor, o BC atuou para fazer com que a liquidez chegue em todos os segmentos do setor financeiro. Entre as medidas mais recentes, Mello citou a liberação do compulsório da poupança para a concessão de crédito a empresas menores.

O diretor afirmou que a intenção do BC é que “todos os segmentos tenham liquidez e que rescaldo da crise não seja o aumento da concentração”.

Mello destacou ainda a manutenção do cronograma de agendas do BC para o sistema financeiro, com destaque para o open banking, os pagamentos instantâneos (PIX) e o sandbox regulatório. “A manutenção do cronograma de agendas do BC é uma sinalização importante”, afirmou.

O diretor do BC participou na manhã desta segunda-feira do evento virtual “Open Banking e Fast Payments”, do Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional (Ibrac).

Open banking e PIX

Também participante do evento, o diretor de Regulação do Banco Central, Otavio Ribeiro Damaso, afirmou que a instalação do open banking e dos PIX no Brasil são “agendas poderosas”, que vão “transformar sistema financeiro nos próximos anos”.

Conforme Damaso, os dois projetos são prioritários para o BC e não sofreram atraso de nem um dia, apesar dos efeitos da pandemia do novo coronavírus no Brasil. “Tanto o PIX quanto o open banking começam suas jornadas este ano”, disse Dâmaso.

O diretor afirmou ainda que o objetivo do BC é ter, com estas ferramentas, um sistema financeiro mais eficiente, inclusivo e digital. “Há determinação do presidente do BC, Roberto Campos Neto de irmos a fundo nessa discussão sobre tecnologias”, disse.

Damaso afirmou que uma das lições da pandemia é que a tecnologia não é um problema para o lançamentos destes novos sistemas.

Segundo ele, muitas ações, antes previstas para períodos mais longos, foram adotadas pelas instituições financeiras em poucos dias. “Tínhamos barreira antes”, disse Damaso. “O mundo se adaptou rapidamente à pandemia.”

Por Fabrício de Castro

Estadão Conteúdo

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