Os juros começaram a semana captando a melhora do humor nos mercados internacionais, o que colocou para baixo as taxas de médio e longo prazo enquanto as curtas rondaram os ajustes durante toda a sessão. Os investidores retomaram as esperanças no lançamento de vacinas que possam conter a expansão do coronavírus no mundo, favorecendo o apetite pelo risco, além de dados acima do esperado da economia americana e novo anúncio de estímulo pelo Federal Reserve. No Brasil, o dia também foi indicadores que surpreenderam e reforçaram a percepção de que a economia já deve ter saído do fundo do poço, embora o quadro de apostas para a Selic em agosto não tenha se alterado ante os últimos dias, permanecendo dividido entre corte e manutenção.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou em 2,95%, de 2,972%, no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 5,823% para 5,76%. O DI para janeiro de 2027 encerrou em 6,73%, de 6,813% no ajuste de sexta-feira.
Em boa medida, quem deu o rumo para as taxas durante o dia foi o câmbio, embora não na mesma intensidade da queda do dólar ante o real. No começo da tarde, a moeda americana chegou a zerar as perdas, ameaçando alta, o que levou as taxas futuras também a irem à estabilidade. Depois, tudo voltou a cair, com o apetite ao risco ganhando algum fôlego com a informação de que o Federal Reserve passará a comprar títulos novos de dívida corporativa. De manhã, o salto de 44% no dado de venda e imóveis pendentes em maio nos Estados Unidos, ante expectativa de alta de 15%, já animava os investidores.
No Brasil, a agenda da segunda-feira, se não chegou a trazer impacto direto sobre os preços, ao menos reforçou a ideia de que a economia não deve piorar mais daqui em diante. Porém, como os números de abril e maio são muito ruins, o mercado também tem a consciência de que a economia deve demorar a ter melhora consistente, com a recuperação do País mais para um “U” do que para “V” como diz acreditar o ministro Paulo Guedes.
O dia começou com o IGP-M de junho (1,56%) acima da mediana das estimativas (1,47%), seguida pelo resultado primário do Governo Central de maio, com déficit de R$ 126,609 bilhões. Ainda que tenha sido o pior desempenho da série histórica – iniciada em 1997 – para qualquer mês, o mercado esperava saldo negativo maior, déficit de R$ 131,4 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast. À tarde, vieram os números do Caged, também não tão ruins quanto se previa. Em maio, o saldo líquido foi negativo em 331.901 empregos, quando o piso da estimativas apontava para o fechamento de 417 mil postos. A pandemia do coronavírus levou ao fechamento de 1,487 milhão de vagas com carteira assinada entre março, quando foi registrado o primeiro caso de covid-19 no País, e maio.
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Por Denise Abarca
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