Categories: Economia

Reabertos há duas semanas, shoppings veem faturamento desabar

Reabertos há duas semanas, os shoppings da cidade de São Paulo não engrenaram. Horário reduzido de funcionamento, restrições no número de pessoas e o medo do cliente de se contaminar, mesmo com os empreendimentos seguindo um rígido protocolo, têm resultado no péssimo desempenho. Dependendo do setor, as lojas estão vendendo entre 15% e 20% do que faturavam no mesmo período do ano passado, segundo a Associação de Lojistas de Shoppings (Alshop) e a Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos).

Do início de março até a primeira quinzena deste mês, os shoppings espalhados pelo País acumulam queda de vendas de quase 70% em relação a épocas normais, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), que reúne os donos de shoppings. “O que temos observado é uma desaceleração na queda das vendas, semana a semana, principalmente nas regiões que iniciaram a retomada primeiro”, diz o presidente da Abrasce, Glauco Humai. Hoje são 448 shoppings reabertos no País – 78% do total.

“Com limitação de tempo, sem abertura do setor de alimentação e de lazer, não acontece nada nos shoppings”, reclama o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun. Atualmente, entretenimento e alimentação representam, em média, metade da área de vendas dos shoppings, diz. Para Sahyoun, não permitir a abertura das áreas de alimentação é “como cortar um dos braços dos shoppings”. O outro braço “cortado”, segundo ele, foi a redução do horário de funcionamento para quatro horas.

Tito Bessa, presidente da Ablos, ressalta que com isso o fluxo de consumidores ficou concentrado e os lojistas mal conseguem cobrir a folha de funcionários com a venda obtida nesse curto período. Além disso, a capacidade de receber os clientes foi limitada a 20% da loja. “Não sei se as pessoas não estão indo para a loja ou desistem de ir porque o fluxo é limitado e não vão conseguir entrar”, diz, destacando que o que se vê é a rua cheia e o shopping vazio.

Bessa, que também é dono da rede varejista de artigos de vestuário TNG, observa que as lojas de rua reagiram melhor na retomada. Estão fazendo entre 35% a 40% do faturamento do ano passado, enquanto as lojas de shopping entre 15% e 20%.

A expectativa de Sahyoun, o presidente da Alshop, é que tudo melhore com a ampliação do horário de funcionamento de quatro para seis horas na cidade na virada do mês, com a chegada da fase amarela.

Apesar do empenho dos shoppings de cumprir o protocolo por causa da pandemia – medem a temperatura dos clientes, oferecem álcool em gel, demarcaram o chão para promover o distanciamento, não permitem a entrada sem o uso máscaras, por exemplo -, há consumidores que neste momento evitam ir aos shoppings por medo de se contaminar.

A professora Marcela Malta, de 26 anos, chegava a frequentar o shopping próximo de sua casa três vezes por semana. “Ia sempre para fazer uma comprinha, passear e aproveitava para jantar ou tomar um café.” Agora, não tem ido, pois mora com a mãe, que está no grupo de risco, e teme ser contaminada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Márcia De Chiara

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Receita avalia alterar tributação de multinacionais para salvar tributação mínima de 15%

A Receita Federal avalia propor alterações nas regras de tributação que incidem sobre as multinacionais…

10 horas ago

AMD tem lucro de US$ 771 mi e receita acima das expectativas, mas projeção do 4º tri frustra

A Advanced Micro Devices (AMD) registrou lucro líquido de US$ 771 milhões no terceiro trimestre…

12 horas ago

Arcelio Junior é eleito presidente da Fenabrave para mandato trienal a partir de janeiro

O empresário Arcelio Alceu dos Santos Junior foi eleito nesta terça-feira, 29, presidente da Fenabrave,…

12 horas ago

Visa amplia lucro no 4º trimestre fiscal para US$ 5,3 bilhões e eleva dividendo

A Visa anunciou lucro líquido de US$ 5,3 bilhões no quatro trimestre fiscal, de acordo…

13 horas ago

Lucro da Alphabet cresce 33,6% e atinge US$ 26,3 bilhões no 3º trimestre

A Alphabet registrou lucro líquido de US$ 26,3 bilhões no terceiro trimestre de 2024, um…

13 horas ago

Frontier anuncia receita abaixo do esperado e atraso em entregas de Airbus

A Frontier Group Holdings anunciou faturamento operacional total de US$ 935 milhões no terceiro trimestre…

13 horas ago