Categories: Política

Juiz de garantias consolida direito à ampla defesa, dizem advogados

A proposta de resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a implantação do juiz de garantias, que prevê rodízio entre juízes, regionalização de comarcas e implantação de sistemas eletrônicos, gerou repercussões entre os advogados. Pela proposta, os tribunais têm autonomia para se organizarem.

Almino Afonso Fernandes, advogado constitucionalista e sócio do Almino Afonso & Lisboa Advogados Associados, diz que embora a figura do juiz de garantias seja muito criticada por alguns segmentos do Sistema Justiça, foi criado por lei e como tal deve ser implementado. “Isso até porque garante que todo cidadão será julgado por juiz isento e, sobretudo, imparcial. O magistrado que participa do procedimento cautelar na coleta de provas requeridas pela Polícia Judiciária e pelo Ministério Público não poderá atuar em uma eventual ação penal, assegurando, assim, que aquele que conduziu as investigações não possa julgar. O regramento consolida o princípio da ampla defesa e do devido processo legal, garantindo a paridade de armas entre a defesa e a acusação”, analisa.

O advogado criminalista Daniel Bialski avalia que “independentemente do que o CNJ, o Supremo e os Tribunais resolvam”, o que tem que se preservar efetivamente é que o juiz de garantias deve permanecer completamente equidistante para julgar, opinar ou decidir qualquer coisa a respeito do processo que, eventualmente, venha a ser instaurado. “Justamente para que a grande motivação da mudança legislativa possa ser implementada, que é a possibilidade de serem reexaminadas todas as questões e temas levantados contra o procedimento inicial pelo juiz que vier julgar a causa”.

André Damiani, criminalista especializado em Direito Penal Econômico e sócio fundador do Damiani Sociedade de Advogados, afirma por sua vez que a criação do juiz de garantias no Pacote Anticrime representa enorme avanço democrático. “A proposta do CNJ consegue equilibrar teoria e prática quando flexibiliza soluções regionalizadas: comarcas menores permitirão sistema de rodízio por região, de modo que o juiz de garantias de uma cidade possa analisar os processos de outros municípios. Comarcas maiores exigem a criação de órgãos especializados, que se chamariam Vara das Garantias ou, ainda, Núcleo ou Central das Garantias”, explica.

A desembargadora aposentada do TRF-1 e sócia do Cecilia Mello Advogados, Cecilia Mello, lembra que “a resolução do CNJ vai ao encontro de que a medida de implementação do juiz garantia não demanda gastos extras e depende apenas da organização administrativa dos tribunais”.

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Latam amplia em 12% voos no Brasil em 2025, com quatro novas rotas domésticas

A Latam vai operar 348 voos domésticos por dia no Brasil em 2025, 12% a…

13 horas ago

ANP aprova acordo de cooperação com Serpro no âmbito do RenovaBio

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou um acordo de cooperação…

13 horas ago

Correção: Lula faz evento para tornar oficial programa de repactuações de rodovias

A matéria publicada anteriormente continha uma incorreção sobre a nome da concessionária do trecho da…

15 horas ago

Brasil vive momento histórico sobre concessões, com melhor entendimento público, diz Lula

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o País vive um…

16 horas ago

Renan Filho: governo analisa 4 repactuações de rodovias, encaminhou 8 para o TCU e reprovou 2

O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou o balanço dos trabalhos que compõem o "Programa…

17 horas ago

Claro lança oferta de celular para fisgar público que ainda não aderiu ao 5G

A Claro fechou parceria com a Motorola para lançar uma oferta de celular 5G com…

18 horas ago