A confiança do empresariado paulista caiu 35% entre maio e junho, o que fez o índice atingir os 61 pontos neste mês, ante os 93,8 pontos observados no mês anterior. Segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), foi a terceira queda consecutiva do indicador durante a pandemia do novo coronavírus e o pior resultado de toda a série histórica, iniciada em março de 2011.
Empresas do setor de comércio com até 50 funcionários são as que apresentam a pior taxa de confiança e a maior queda em junho, com 60,4 pontos. Em maio, essas empresas haviam registrado pontuação de 93,4 no índice. Já companhias com mais de 50 colaboradores pontuaram 86,7 em junho, ante 113,9 no mês passado.
Com este cenário, o Índice de Expansão do Comércio (IEC), que mede a intenção de investir e contratar do empresariado, recuou 28,3% neste mês em relação a maio, passando de 87,5 para 62,8 pontos, também o menor nível da série histórica que teve início em 2011. Comparando este junho com o mesmo mês de 2019, a queda é de 40,8%.
Seguindo a tendência de quedas, o Índice de Estoque (IE) medido pela FecomercioSP recuou 15% entre maio e junho deste ano. A proporção de empresários que consideram seus estoques adequados caiu 8,3 pontos porcentuais na última pesquisa. O índice de empresários que afirmam que seus estoques estão acima do adequado avançou 5,9 pontos, enquanto aqueles que dizem ter reservas abaixo do ideal cresceu 2,2 pontos.
Em nota, a FecomercioSP afirma que não há expectativa de recuperação do setor a curto prazo, uma vez que as famílias tiveram seus poderes de compra reduzidos por conta da alta do desemprego. “Assim, a intenção de realizar financiamentos e adquirir bens também caiu, uma vez que os consumidores estão majoritariamente em busca de itens essenciais, como alimentos e remédios. Por isso, a estimativa é que o fechamento de 2020 registre o pior desempenho da história”, diz a instituição.
A entidade recomenda aos empresários que mantenham um planejamento financeiro estruturado, negociem com fornecedores e tenham controle rígido dos seus estoques. A FecomercioSP também sugere digitalizar os processos e trabalhar com etiquetas para facilitar a gestão, o que auxilia a monitorar o momento de fazer novos pedidos e realizar promoções.
Por Gabriel Caldeira
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