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Monitor do PIB aponta queda 13,5% em abril ante abril de 2019, diz FGV

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 9,3% em abril ante março, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Na comparação com abril de 2019, a economia teve redução de 13,5% em abril de 2020.

“O dado de abril mostra que, a retração recorde da economia, não apenas no PIB, porém disseminada em diversas atividades e componentes da demanda, é a pior da história recente. A indústria e o setor de serviços, que respondem por aproximadamente 95% do valor adicionado total da economia, também tiveram os maiores recuos de sua série histórica iniciada em 2000, assim como o consumo das famílias e a formação bruta de capital fixo”, avaliou Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV, em nota oficial.

O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.

“Em um país que, após três anos de fraco crescimento, ainda não havia conseguido se recuperar da última recessão, finda em 2016, que causou uma retração de 8,1% no PIB ao longo de 11 trimestres, o resultado de retração de 9,3% do PIB em apenas um mês, registrado em abril, não é nada animador e só evidencia os enormes desafios que serão enfrentados pela economia no decorrer de 2020”, completou Considera.

O PIB registrou queda recorde em abril tanto na comparação contra o mês imediatamente anterior, quanto em relação ao mesmo mês do ano anterior, em decorrência das medidas de isolamento social necessárias para o combate à pandemia do novo coronavírus, lembrou a FGV.

Na passagem de março para abril, a indústria caiu 15,7%, devido aos recuos da indústria de transformação (-24,3%) e da construção (-11,7%). Os serviços encolheram 7,3% em abril ante março, com perdas relevantes no comércio (-18,3%), transporte (-15,1%) e segmento de outros serviços (-14,0%).

Sob a ótica da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) teve retração recorde de 23,0%, enquanto o consumo das famílias também teve queda histórica de 7,7%.

Na FBCF, houve perdas em todos os componentes: máquinas e equipamentos, construção e outros ativos. No consumo das famílias também houve retração generalizada, englobando bens não duráveis, semiduráveis, duráveis e serviços.

Em termos monetários, o PIB alcançou aproximadamente R$ 2,359 trilhões de janeiro a abril, em valores correntes. A taxa de investimento em abril de 2020 foi de 12,1% na série a valores correntes, o menor resultado da série histórica iniciada em 2000.

Por Daniela Amorim

Estadão Conteúdo

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