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A pandemia no Brasil em 14 semanas

Semana 1 (18 a 24 de março) – 45 mortes
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anuncia quarentena com fechamento do comércio e de serviços não essenciais (exceção feita a serviços de saúde pública, alimentação, abastecimento, segurança e limpeza) a partir do dia 24 de março. Manifestações religiosas não são recomendadas, e parques são interditados.

Semana 2 (25 a 31 de março) – 155 mortes
O número de pacientes hospitalizados no Brasil com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aumenta exponencialmente, coincidindo com a chegada do novo coronavírus, de acordo com a Fiocruz. Somente em uma semana foram estimados no sistema cerca de 2.250 casos.

Semana 3 (1 a 7 de abril) – 466 mortes
Hospital de Campanha do Pacaembu começa a receber no dia 6 pacientes de média e baixa complexidade encaminhados por equipamentos de saúde da capital paulista. São 200 leitos divididos por dez enfermarias. O hospital de 6,3 mil metros quadrados foi construído dentro do próprio estádio.

Semana 4 (8 a 14 de abril) – 865 mortes
A chegada da epidemia nas comunidades, um dos maiores temores das autoridades de saúde, começa a se desenhar no Rio de Janeiro. Quatro das maiores comunidades cariocas registram pelo menos seis mortes confirmadas por covid-19. Rocinha, Manguinhos, Maré e Vigário Geral somam 23 casos registrados da doença.

Semana 5 (15 a 21 de abril) – 1.209 mortes
O aumento dos enterros em Manaus exige o uso de valas coletivas no Cemitério Parque Tarumã em um período em que o Amazonas é bastante afetados pela doença. Embora com distanciamento entre os caixões e identificação das sepulturas, as valas coletivas se tornam uma das imagens mais dramáticas dos efeitos da covid-19 na região. Em meio à escalada de casos, o Brasil enfrenta a primeira troca do ministro da Saúde. Luiz Henrique Mandetta é demitido da pasta por divergências com o presidente Jair Bolsonaro e o médico oncologista Nelson Teich assume.

Semana 6 (22 a 28 de abril) – 2.276 mortes
Plano emergencial para o serviço funerário da Prefeitura de São Paulo prevê a abertura de 13 mil covas e a contratação de 220 coveiros. Os casos de covid-19 deixam ainda de ter um velório comum. As medidas buscam evitar o colapso no sepultamento de corpos diante do avanço de mortes.

Semana 7 (29 de abril a 5 de maio – 2.904 mortes
Decreto estadual torna obrigatório o uso de máscaras por todos os cidadãos que saírem às ruas em São Paulo. A fiscalização da regra fica a cargo de cada uma das 645 prefeituras, que determinam, em cada município, como vigiar e punir em caso de descumprimento.

Semana 8 (6 a 12 de maio) – 4.479 mortes
Após fracasso nos bloqueios viários para forçar o aumento das taxas de isolamento, a Prefeitura de São Paulo adota nova forma de rodízio para estimular as pessoas a ficarem em casa. O revezamento de veículos passa a valer para toda a capital, não apenas o centro expandido, o dia todo, e fins de semana. A proibição foi dividida em placas pares e ímpares.

Semana 9 (13 a 19 de maio) – 5.008 mortes
Nos EUA, a empresa de biotecnologia Moderna, em parceria com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, anuncia testes preliminares positivos em ensaios clínicos. Níveis de anticorpos das primeiras oito pessoas testadas são semelhantes aos das recuperadas. Faltam os testes em larga escala, em julho. Menos de um mês após ter assumido o Ministério da Saúde, Nelson Teich pede demissão, também por divergências com Bolsonaro. O militar Eduardo Pazuello assume a pasta interinamente.

Semana 10 (20 a 26 de maio) – 7.104 mortes
A emergência nacional de saúde, social e econômica causada pela pandemia cria uma onda de solidariedade que resultou em mais de R$ 5 bilhões em doações. A maior parte vem de grandes empresas, mas pessoas físicas também colaboram para mudar o cenário de filantropia no País. A expectativa é de que haja uma consolidação da cultura de doações.

Semana 11 (27 de maio a 2 de junho) – 6.687 mortes
O Brasil se consolida como o país com o maior número diário de óbitos do mundo, superando os EUA. O País já é o segundo colocado em relação ao número acumulado de infecções. O aumento acontece no contexto em que a América Latina é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como epicentro da doença.

Semana 12 (3 a 9 de junho) – 7.298 mortes
A vacina da Universidade de Oxford, no Reino Unido, será testada também no Brasil, em pelo menos 2 mil voluntários. Considerado o estudo mais promissor e avançado em busca da cura, o imunizante já está na fase três de testes, a última, em que será testada para comprovação a sua eficácia.

Semana 13 (10 a 16 de junho) – 6.959 mortes
A cidade de São Paulo permite a reabertura, com restrições, de concessionárias e imobiliárias em junho e, em seguida, escritórios e lojas de rua. O terceiro movimento de abertura inclui shopping centers, mas só quatro horas por dia. É o plano de reabertura do governo para a saída da quarentena, em vigor desde 24 de março.

Semana 14 (17 a 20 de junho) – 4.602 mortes
Segundo país do mundo com maior número de mortos pela covid-19 e com mais de um milhão de casos, o Brasil superou a triste marca de 50 mil mortos de acordo com o levantamento feito pelo consórcio da imprensa que reúne os veículos de comunicação Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL. Apenas os Estados Unidos estão à frente.

Por Gonçalo Júnior

Estadão Conteúdo

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