O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello, avaliou há pouco que o open banking a ser lançado no Brasil mudará a dinâmica da competição no mercado de serviços financeiros, com foco na inovação de produtos.
“A concorrência não se dará mais pela escala ou pelo tamanho do capital das instituições, mas sim pelo entendimento das demandas dos consumidores e pelo desenvolvimento de novas soluções”, afirmou, em videoconferência no evento RadicalxChange sobre “Open banking e Sistemas de Pagamento, Fintechs, e Blockchain”.
A primeira das quatro fases de implementação do open banking no Brasil está prevista para ser lançada em novembro deste ano, com a abertura dos dados entre as instituições financeiras. As operações por clientes dos bancos e o registro de informações na nova plataforma começarão em maio de 2021.
Além dos bancos comerciais, a estrutura será aberta para fintechs como são chamadas as startups financeiras e outras instituições. Os clientes poderão optar por compartilhar seu histórico bancário com todos os participantes da plataforma, conseguindo melhores ofertas de produtos financeiros.
Mello destacou o papel da autoridade monetária em termos de supervisão, regulação e resolução no novo sistema. “O open banking faz parte da estratégia do BC de fomentar inovações que aumentem a competição no mercado financeiro, garantindo a segurança dos dados de cidadãos e empresas”, apontou.
O diretor destacou ainda o sistema de “governança assistida” que a autoridade monetária utilizará na plataforma. Apesar de não ter voto no conselho de entidades do setor que cuidarão do sistema, o BC terá poder de veto em matérias que tratem assuntos de regulação.
O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Economia, Geanluca Lorenzon, apontou que a cooperação entre todos os players de um mesmo setor para criar uma plataforma aberta na montagem do novo sistema não tem precedentes no País. “Temos a confiança de que o BC irá garantir que a empresas sigam sua regulação dentro do novo sistema, tomando as medidas que sejam necessárias para isso”, avaliou.
Lorenzon citou ainda o sucesso outra iniciativa do BC, o chamado “sandbox regulatório”. Trata-se de ambiente hospedado pelo próprio Banco Central no qual empresas e consumidores testam produtos financeiros inovadores antes de serem lançados no mercado de forma geral. “Pretendemos levar o modelo também para setores não financeiros”, completou.
Por Eduardo Rodrigues
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