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CVC planeja retomar 100% das atividades em julho

(Foto: Divulgação)

A CVC Corp. (CVCB3), maior grupo de turismo do País, prepara-se para retomar 100% das suas atividades no início de julho. A companhia começou a reabrir lojas já neste mês de junho, a maioria delas em shopping centers. Segundo Leonel Andrade, presidente da CVC, na quarta-feira (17) a companhia tinha abertas 928 de suas 1.400 lojas.

A CVC já acionou seus parceiros para voltar a operar no próximo mês. 80% dos hotéis que operam com a CVC anunciaram que vão reabrir até julho. As empresas aéreas também anunciaram que vão ampliar a oferta de voos.

A empresa de turismo espera uma recuperação lenta nas atividades, chegando em dezembro com vendas equivalentes a 50% do que era registrado no fim de 2019.

A expectativa do setor é que as vendas se normalizem totalmente apenas em 2023. Mas Andrade estima que a CVC se recupera totalmente um ano antes, apostando na digitalização da companhia e na integração de suas dez marcas.

A companhia também monta um plano de capitalização que pode chegar a R$ 1 bilhão. O plano deve se tornar público nos próximos 15 dias.

A notícia é positiva para os acionistas da CVC e esperamos impacto positivo no preço das suas ações (CVCB3) no curto prazo. O retorno às atividades e o levantamento dos recursos, além de totalmente necessários, será feito via capitalização, fonte mais barata que a contratação de crédito junto ao sistema bancário. Porém, uma oferta de ações sempre ocasiona uma diluição para a base acionária.

Andrade diz que já há turistas para embarcar em julho. De acordo com ele, em junho a CVC está vendendo o equivalente a 24 por cento das vendas registradas no mesmo mês de 2019. Apesar do número pequeno, um mês atrás esse número oscilava entre 10 por cento e 12 por cento, o que mostra alguma evolução.

O grupo aproveitou a quarentena, que afeta o setor de turismo desde março, para acelerar o processo de transformação digital. A companhia também prepara mudanças na gestão de marcas e uma capitalização bilionária.

Segundo o executivo, os cortes de gastos recorrentes foram suficientes para a CVC manter uma posição de caixa saudável para retomar as atividades.

A maioria das vendas foi feita para o fim do ano. Os clientes buscam destinos próximos de onde moram, para viajar de carro. Segundo Andrade, não há demanda por viagens internacionais agora e deve haver muito pouca procura neste ano.

Há dúvidas no mercado sobre a velocidade de recuperação do turismo no país e da própria CVC. A empresa passou por choques sucessivos, incluindo o fim das operações da Avianca Brasil, o derramamento de óleo nas praias do Nordeste em 2019, a forte desvalorização do real, a pandemia de Covid-19 e a investigação na companhia para averiguar indícios de erros na contabilização.

Nos últimos 12 meses, as ações da CVC acumulam queda de 62,7% ante queda de apenas 4,2% no Ibovespa. No entanto, o desempenho no mês de junho vem sendo positivo, impulsionado por notícias de recuperação do setor de turismo. Suas ações já acumulam uma alta de 23,9% neste mês.

O principal catalisador das ações da CVC é a velocidade de retomada das suas operações e o “novo normal” do setor de turismo. Enquanto não for desenvolvida uma vacina efetiva e acessível a todos, acreditamos que as pessoas não terão confiança suficiente para realizar viagens como antes da Covid-19. Até mesmo as Olímpiadas que foram adiadas para 2021 podem não acontecer se houver uma segunda onda de contaminação do novo coronavírus.

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