Categories: Política

Secretário ‘olavista’ é cotado para assumir o Ministério da Educação

O presidente Jair Bolsonaro estuda nomear o secretário nacional de Alfabetização, Carlos Nadalim, para o lugar de Abraham Weintraub no comando do Ministério da Educação. A exemplo de Weintraub, Nadalim é seguidor do guru bolsonarista Olavo de Carvalho e defensor do homeschooling – a educação domiciliar, sem precisar, necessariamente, da escola regular.

A solução caseira atenderia ao desejo da ala ideológica do governo de ter um substituto que agrade à base bolsonarista. A demissão de Weintraub é um aceno para uma pacificação com o Supremo Tribunal Federal e com o Congresso, que pressionam pela saída do ministro.

A situação de Weintraub já era considerada insustentável para uma parte do governo, mas piorou após ele se reunir, no domingo passado, com manifestantes bolsonaristas. O grupo desrespeitou uma ordem do governo do Distrito Federal que proibiu protestos na Esplanada dos Ministérios. O anúncio da demissão deve ser feito hoje pelo presidente.

Uma das possibilidades aventadas no Palácio do Planalto é Nadalim assumir de forma interina, dando tempo para que Bolsonaro encontre um nome para comandar a pasta de forma definitiva. Assim, o presidente repetiria o que fez no Ministério da Saúde, onde nomeou o general Eduardo Pazuello.
Nadalim é apontado com um dos articuladores da demissão de Ricardo Vélez Rodríguez, antecessor de Weintraub. Na época, militares e olavistas disputavam cargos na pasta. Com a chegada de Weintraub, os ideológicos ganharam poder.

Weintraub, que é economista, deve assumir um cargo num banco no exterior. O ministro tem o apreço da família Bolsonaro e o presidente busca uma saída “sem traumas” para o auxiliar. O desfecho, segundo auxiliares do Planalto, foi costurado em conversas reservadas entre o presidente e o ministro.
Ontem, Weintraub não participa da cerimônia de posse dos ministros Fábio Faria (Comunicações) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia). Estiveram presentes o presidente do STF, Dias Toffoli, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e líderes do Centrão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Jussara Soares

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Zambelli chama Benedita de ‘Chica da Silva’ e reclama por não discursar em evento

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) chamou a também deputada Benedita da Silva (PT-RJ) de…

9 horas ago

Pedro Lupion: Queremos Plano Safra plausível e que atenda a demanda necessária do setor

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), afirmou que…

11 horas ago

BNDES: Aprovações para Rotas de Integração chegam a R$ 3,2 bilhões

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou já ter aprovado R$ 3,2…

11 horas ago

Taiwan diz que guarda costeira chinesa deteve navio pesqueiro taiwanês e exige libertação

Taiwan disse que a guarda costeira chinesa abordou um barco de pesca taiwanês na terça-feira,…

12 horas ago

Obra mais atrasada de SP ganha ‘empurrão’ da CDHU para ser entregue até 2026

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), vinculada ao governo de São Paulo, assumirá…

12 horas ago

Eleições EUA: 75% veem democratas com mais chances se substituirem Biden, diz pesquisa

A maior parte dos eleitores americanos acredita que o Partido Democrata teria mais chance de…

12 horas ago