Mais um dado a apontar alguma melhora da atividade econômica em maio ante abril, o indicador Movimento do Comércio avançou 9,9% no período, com ajuste sazonal, de acordo com relatório da Boa Vista, antecipado ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). Em abril, nessa base de comparação, houve recuo de 26,6%. O indicador, que acompanha o desempenho das vendas do varejo em todo País, mostra, contudo, desempenho heterogêneo entre os setores.
Além disso, no confronto com maio de 2019, o indicador continua a mostrar queda das vendas, de 18,4%. Em 2020, a retração acumulada é de 9% e, em 12 meses, de 3%.
“Após o indicador registrar queda acentuada em abril, o resultado de maio recupera pequena parte dessa perda e interrompe uma sequência de três quedas consecutivas. Refletindo leve reação do varejo no último mês com as medidas de estímulo aos empresários e consumidores no combate à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus”, diz a nota da Boa Vista.
Contudo, a instituição espera que o movimento do comércio siga bastante fragilizado ao longo de 2020, considerando a redução da renda e do emprego e as medidas de isolamento ainda vigentes. “Melhores resultados dependerão da flexibilização das medidas de isolamento e do desempenho dos principais setores da atividade.”
Setores
O aumento das vendas em maio ante abril, com ajuste sazonal, foi liderado pelo segmento de “Móveis e Eletrodomésticos”, que apresentou alta significativa, de 39,4%, sem, porém, recuperar a perda de 83,3% no mês anterior, descontados os efeitos sazonais. Ante maio de 2019, a queda ainda é expressiva: 69,9%.
O outro setor que avançou na margem foi “Outros Artigos do Varejo”, com alta de 8,2%. No confronto com o mesmo mês do ano passado, por sua vez, o recuo foi de 0,8%.
O restante dos segmentos ainda continuou no terreno negativo, mesmo na comparação na margem. O setor de “Combustíveis e Lubrificantes” apresentou retração de 8,6% em maio considerando dados dessazonalizados, enquanto frente a igual mês do ano passado a variação foi de -25,4%. A categoria de “Tecidos, Vestuários e Calçados” recuou 2,1% no mês, expurgados os efeitos sazonais, mas subiu 0,6% ante maio de 2019.
Já a atividade de “Supermercados, Alimentos e Bebidas” continua evitando perdas significativas, registrando variação de -0,2% no mês na série dessazonalizada. Em relação a maio de 2019, há alta de 7,5%.
Por Thaís Barcellos
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