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Itaú/Rodrigues: programa de apoio na crise deve se ‘multiplicar’ no 2º semestre

O Itaú Unibanco espera que o programa criado para ajudar pessoas físicas e empresas a atravessarem a crise ‘se multiplique’ no segundo semestre. Até o momento, a iniciativa, batizada de Travessia, alongou mais de R$ 40 bilhões em dívidas e concedeu R$ 10 bilhões em crédito novo desde o seu lançamento, há cerca de dois meses. O banco não traçou, contudo, uma meta para a ação, que passa a fazer parte do ‘novo normal’ da instituição em meio à pandemia.

“Não definimos uma meta para o programa. Seria um erro. Esperamos que a adesão ao Travessia ocorra de forma natural e voluntária mediante necessidade efetiva dos clientes”, explicou o diretor executivo do Banco de Varejo do Itaú Unibanco, André Rodrigues, em conversa com a imprensa, na manhã desta terça-feira, 16.

Segundo ele, um total de 2 milhões entre pessoas físicas e pequenas e médias empresas (PMEs) já aderiram à iniciativa. A ação, contudo, foi pensada para um contingente de cerca de 20 milhões.

O programa consiste no alongamento de prazos de empréstimos em até seis anos na pessoa física e até cinco anos para PMEs. Além disso, o banco também ampliou o período de carência ofertado em meio à crise. No caso das pessoas físicas foram concedidos até 120 dias, prazo que chega a 180 dias para pequenas e médias empresas.

Segundo o diretor de Franquias e Estratégia Pessoa Jurídica do Itaú Unibanco, Carlos Eduardo Peyser, o programa Travessia deve ajudar o banco no controle da inadimplência que pode vir a reboque da crise. “Certamente, o Travessia vai permitir que façamos uma provisão menor do que seria necessário se tivermos sucesso com o programa”, disse.

O banco não prevê um colchão para perdas adicional para o programa de prolongamento de dívidas, mas já reforçou suas provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, por conta da crise. No primeiro trimestre, o Itaú provisionou cerca de R$ 4,5 bilhões por conta da deterioração do cenário econômico em meio à pandemia do novo coronavírus.

“Fizemos um provisionamento adicional bastante relevante. Estamos vivendo a fase do desenrolar do programa Travessia. Se virmos necessidade (de aumento de provisões) vamos considerar”, afirmou Rodrigues, lembrando que esse exercício é periódico.

Por ora, conforme ele, os primeiros sinais do programa e do índice de inadimplência têm sido até mesmo positivos. Vai depender, porém, da extensão da crise e da velocidade da retomada da economia brasileira.

Por Aline Bronzati

Estadão Conteúdo

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