Economia

Com melhora nos EUA, Bolsa fecha com alta superior a 1%; dólar fica a R$ 5,23

A melhora do mercado de Nova York fez a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, subir no final da tarde desta terça-feira, 16. Após quatro quedas seguidas, o índice fechou com alta de 1,25%, aos 93.531,17 pontos. No entanto, a possibilidade de que a economia dos Estados Unidos demore mais que o esperado para se recuperar, afetou o dólar, que fechou com alta de 1,79%, cotado a R$ 5,2340.

Segundo a agência de notícia Reuters, o governo dos EUA planeja criar um novo pacote voltado ao setor de infraestrutura no valor de US$ 1 trilhão, para ajudar na retomada da economia. A informação deixou temporariamente em segundo plano o fato de Pequim ter elevado o nível de emergência devido ao risco de uma nova onda de contaminações do coronavírus.

Com a melhora, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, rompeu com um ciclo de quatro quedas consecutivas e se firmou nos 93 mil pontos. Na máxima do dia, ele tocou brevemente nos 95.215,56 pontos. Com a recuperação de hoje, a Bolsa voltou a se aproximar do nível de fechamento do dia 4 de junho, quando ficou aos 93.828,61 pontos.

Agora, a B3 acumula ganho de 7,07% no mês, mas ainda cede 19,72% no ano. Nas duas sessões desta semana, o saldo é positivo de 0,79%. Entre os ganhos da sessão, está a alta das ações da Petrobrás ON e PN, com 4,13% e 3,24%. Também subiram Gerdau, com 7,32% e CSN, com 6,50%.

Câmbio
O possível novo pacote dos EUA ajudou o mercado, mas não apagou totalmente o efeito do discurso pessimista do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell​, sobre o câmbio. Ele não deu muitas esperanças de uma recuperação econômica rápida e disse que trabalhadores no setor de serviços terão mais dificuldades para voltar ao trabalho.

Com isso, a moeda, que cedia a R$ 5,0495 na mínima do dia, tornou a subir e novamente pressionou o real, em um novo movimento de escalada. De acordo com cálculos da Infinity Asset, entre as moedas de emergentes como México, Rússia e Turquia, o real ainda é a que acumula maior desvalorização nos últimos três dias, com recuo de 5%.

Cenário local
Por aqui,também preocupa a queda histórica das vendas no varejo (16,8% maior que a mediana, que apontava retração de 11,5%) em abril ante março, agora apontam para cima, alinhados à moeda americana. Além disso, o mercado dá como certo que o Copom vai cortar 75 pontos-base da Selic, na próxima quarta-feira, 18, e espera se o comunicado deixará a porta aberta para nova redução adicional.

Além disso, o olhar do mercado também continua atento as trocas no Ministério da Economia. Segundo informações, após a troca de secretário no Tesouro Nacional, a ideia de Paulo Guedes é substituir alguns dos nomes da pasta para já criar uma equipe voltada ao cenário de recuperação pós-pandemia.

Bolsas do exterior
Além de um possível novo pacote de medidas, o aumento de 17,7% das vendas do varejo em maio ante abril nos Estados Unidos, bem acima da previsão dos analistas de 7,9%, animou o mercado local. Com isso, o Dow Jones fechou com alta de 2,04%, o S&P 500 avançou 1,90% e o Nasdaq subiu 1,75%./MAIARA SANTIAGO, SIMONE CAVALCANTI E LUÍS EDUARDO LEAL

Estadão Conteúdo

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