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Apesar de Powell, bolsas de NY fecham em alta com avanço das vendas no varejo

As bolsas de Nova York fecharam o pregão desta terça-feira, 16, em alta, após um avanço maior do que o esperado nas vendas do varejo americano em maio. O tom cauteloso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, porém, reduziu o otimismo no mercado acionário dos Estados Unidos.

O índice Dow Jones registrou ganhos de 2,04%, a 26.289,98 pontos, o S&P 500 avançou 1,90%, a 3.124,74 pontos, e o Nasdaq subiu 1,75%, a 9.895,87 pontos. Durante o pregão, os índices chegaram a operar com altas de quase 3%.

“As ações tiveram um impulso adicional nesta manhã com um relatório muito forte de vendas no varejo e otimismo sobre um tratamento para covid-19”, comentam analistas da corretora americana LPL Financial, em referência a um medicamento que se mostrou promissor contra o coronavírus.

O Departamento de Comércio dos EUA informou hoje que as vendas no setor varejista do país avançaram 17,7% de abril para maio, bem acima das estimativas de economistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam alta de 7,9%. O presidente americano, Donald Trump, comemorou. “Um grande dia para o mercado de ações, e empregos”, escreveu o republicano em sua conta oficial no Twitter.

Os mercados financeiros já vinham apoiados pelo anúncio de ontem do Fed sobre novos estímulos monetários e por informações de que a Casa Branca estuda uma proposta de quase US$ 1 trilhão em gastos com infraestrutura.

Declarações de Powell, no entanto, reduziram o otimismo. O banqueiro central disse em um comitê do Senado americano que há incertezas significativas sobre o tempo e a força da recuperação da economia americana, já que isso depende da confiança da população de que o vírus foi contido.

Vice-presidente do Fed, Richard Clarida também mostrou cautela, em discurso virtual. Ele alertou que o recente alívio nas condições financeiras “pode não ser duradouro”, pois depende do curso que o contágio do coronavírus seguir e também da duração da recessão.

Em artigo publicado hoje no blog do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economista-chefe da entidade, Gita Gopinath, afirmou que a “notável” divergência entre os principais índices acionários e a economia real, em meio aos impactos da pandemia de covid-19, pode ser um “presságio” de maior volatilidade nos mercados financeiros. “Piores notícias econômicas e de saúde podem levar a fortes correções”, ressaltou.

No S&P 500, os setores mais beneficiados pelo apetite por risco foram os de energia, saúde e tecnologia, com altas de 2,82%, 2,44% e 2,16%, respectivamente.

Entre as ações de grandes empresas negociadas em Nova York, Chevron avançou 3,07%, ExxonMobil subiu 2,25%, UnitedHealth ganhou 2,35% e Johnson & Johnson registrou alta de 2,27%.

Por Iander Porcella

Estadão Conteúdo

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