A fabricante de peças de ferro fundido Tupy (TUPY3) reabriu sua segunda fábrica no México. A menor já havia retomado suas atividades em 20 de maio. Ambas suprem o mercado americano. A fábrica em Joinville (SC) já se encontrava parcialmente reaberta desde o enceramento dos dez dias de férias coletivas concedidas no fim de março.
Segundo Fernando de Rizzo, presidente da Tupy, o foco, neste momento, é trabalhar para atender o aumento da demanda do mercado americano, que, segundo ele, se mostra surpreendentemente alta.
No momento, a meta é chegar ao fim de junho com 70% da força de trabalho no México. Atualmente, na unidade brasileira, está com 60%.
A companhia está entre as líderes mundiais na fabricação de blocos e cabeçotes de motores, usados principalmente em veículos pesados (caminhões e maquinário em geral) e também em geradores de energia). Faz ainda componentes estruturais para aplicações nos setores de energia, saneamento e hidráulica.
Como o mercado americano absorve quase dois terços do que a companhia produz e vende, a reabertura das fábricas é um sinal da alta demanda advinda dos Estados Unidos. Por isso, esperamos um impacto positivo para as ações da Tupy (TUPY3) no curto prazo.
Esta reabertura das fábricas pode ser apenas o começo. Segundo Rizzo, uma demanda maior para a empresa como um todo é esperada a partir do terceiro trimestre.
No Brasil, os setores de transportes (reposição de frotas de caminhões), do agronegócio (máquinas agrícolas) e peças estruturais para setores de infraestrutura mantiveram um bom nível de operação. No entanto, a área de veículos leves foi severamente afetada no trimestre com a parada das montadoras.
Em 2019, a empresa gerou R$ 5,2 bilhões de receita líquida sendo 82% advinda do mercado externo, a partir de exportações e produção mexicana. O lucro líquido foi de R$ 279 milhões. O grande cliente são os Estados Unidos, com 63% da receita total. Brasil e América do Sul ficaram com 18% e a Europa, 12%.
O resultado do primeiro trimestre vai ser divulgado apenas no dia 29 de junho, adiado por causa da pandemia. Porém, assim como para a maioria das empresas, o impacto mais forte virá mesmo nos números do segundo trimestre.
Para reforçar o caixa e poder enfrentar a crise, em fevereiro, a Tupy captou R$ 500 milhões no mercado nacional, com vencimento de 18 meses. Também suspendeu quase metade dos investimentos previstos para o ano, totalizando R$ 240 milhões. A grande dívida é um “bond” no mercado externo de US$ 350 milhões que vence em 2024. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda era de 0,91 vezes no fim de 2019.
A compra da concorrente Teksid, no fim de 2019, está mantida nas suas condições. A aquisição trará sinergias relativas à absorção de novas tecnologias nos processos de fundição, bem como ganhos operacionais oriundos da proximidade de suas unidades de produção tanto no Brasil como no México. Além disso, a companhia reforça sua parceria com a FCA, grande cliente da Tupy nos mercados europeu e norte-americano. Porém, as aprovações antitruste devem ser postergadas para o primeiro trimestre de 2021 devido à crise.
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