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BNDES quer atuar com seguros e fianças para projetos de infraestrutura

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, explicou nesta segunda-feira, 15, que a ideia da instituição de fomento é atuar com “seguros e fianças” no financiamento a projetos de investimento em infraestrutura. Mais cedo, o executivo havia dito que pretendia fazer as primeiras operações do tipo ainda este ano, sem detalhar em que tipo de projetos as fianças poderiam ser usadas. As declarações foram dadas num seminário online sobre investimentos em infraestrutura.

Ao detalhar a iniciativa, Montezano lembrou da recente medida de capitalização, pelo Tesouro Nacional, do Fundo Garantidor de Investimentos (FGI), fundo de aval administrado pelo banco de fomento voltado para pequenas e médias empresas.

Para o executivo, a ampliação do fundo de aval, que poderá receber até R$ 20 bilhões adicionais este ano, será um “marco” na atuação do banco de fomento, que sempre foi mais focada na concessão de “funding” de crédito em melhores condições do que as disponíveis no mercado.

“A próxima etapa é, no negócio e infraestrutura, atuar com seguros e fianças para projetos”, afirmou Montezano, ao responder ao pedido de detalhar a proposta mencionada na abertura do seminário online.

O presidente do BNDES lembrou que, nos grandes projetos de investimento em infraestrutura, a estrutura de financiamento passa pela definição de uma “matriz de risco” do empreendimento. A ideia é que, com o seguro ou a fiança, o BNDES atue para mitigar uma parte dos riscos dessa matriz, em vez de o banco de fomento ser o principal financiador, como tem sido tradicionalmente.

Segundo Montezano, a fiança do BNDES poderia cobrir, por exemplo, o risco de construção, que costuma ser um dos mais elevados na matriz dos financiamentos a projetos de infraestrutura. Além disso, a fiança poderia ser concedida tanto para financiamentos por meio de empréstimos bancários quanto de emissões de títulos no mercado de capitais.

Montezano frisou que o banco ainda está trabalhando no assunto e que a meta de fazer a primeira operação do tipo ainda em 2020 é, por enquanto, uma “tentativa”.

Por Vinicius Neder

Estadão Conteúdo

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