O guarda civil Cesar Russomano, de 46 anos, pensou que fosse morrer quando o médico o encaminhou para o hospital de campanha de Heliópolis. Para quem levava uma vida saudável e nunca precisou enfrentar problemas de saúde até então, ser internado e necessitar de uma máscara e ajuda para respirar era um caminho sem volta.
“Procurava não pensar na minha mulher e nas minhas duas filhas porque só chorava. Tentei focar na minha recuperação, porque pensei que tinha ido para lá para morrer”, conta.
Foram 13 dias de internação até seu pulmão retomar as funções sem precisar do respirador.
Nesse período, ele procurava observar os outros pacientes para tentar entender um pouco mais as reações da doença. Mas era difícil, porque notou que cada pessoa reagia de uma maneira.
Em frente ao seu leito, por exemplo, ele viu um homem de meia idade chegar aparentemente sem nenhum problema, sem nem precisar de máscara no primeiro dia. “De repente, ele piorou e precisou da UTI. Veio outro paciente para aquele leito e também foi encaminhado para a UTI.”
Com Russomano foi o contrário. Ele chegou com falta de ar do ao hospital e, com o passar dos dias, melhorou. Mas a sensação de que não iria morrer demorou. “Vivemos altos e baixos lá. Porque quando você parece que está melhorando, diminuem a oxigenação e você piora. Aí volta tudo de novo.”
Cada passo foi dado lentamente até há quatro dias, quando Russomano recebeu a notícia de que teria alta médica.
“Queria agradecer ao atendimento de todos neste momento”, disse o guarda civil, que pediu uma semana de folga do trabalho para pagar contas e recolocar sua vida nos trilhos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por João Prata
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