Em dez anos, o mercado livre de energia deve responder por mais da metade do consumo brasileiro, concentrando todo o consumo industrial e comercial de grande porte, e possivelmente também o segmento residencial de maior consumo. A avaliação é do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior. “Acredito muito nesse mercado, acho que é a saída, tal qual em outros países do mundo, e faz parte do projeto de modernização do setor”, disse o executivo, citando projeto de lei do Senado, durante live promovida na tarde desta sexta-feira passada pela Genial Investimentos.
Ele destacou, em particular, o movimento de segmentação que vem sendo observado pelos agentes de comercialização e customização dos contratos e serviços no mercado livre, para melhor atendimento do consumidor. E citou, em particular, o crescente interesse por energia certificada, proveniente de fonte renováveis. “E teremos vantagem nisso, nós Eletrobras e o Brasil, mas nós mais que o Brasil”, disse, referindo-se ao fato de que a matriz elétrica da estatal possui 96% de fontes renováveis, enquanto no Brasil esse índice é de cerca de 80%.
Ferreira Jr. também citou que após um período de preços mais baixos, afetados pela redução da atividade econômica provocada pela pandemia, já se observa um início de recuperação, refletindo o otimismo dos mercados com a retomada econômica.
O presidente da Eletrobras minimizou os problemas enfrentados por alguns agentes do mercado livre no início das medidas de distanciamento social, quando consumidores livres foram à Justiça em busca de liminares que permitissem flexibilização dos contratos. “Tem muito pouca tentativa de mudança de contrato”, disse.
Segundo ele, a Eletrobras registrou apenas pedidos de renegociação para o pagamentos das faturas, por causa de problemas de caixa enfrentados por seus clientes.
“Este é um mercado rigoroso, onde as relações bilaterais são muito importantes, e isso explica em grande medida o porquê da não enganação”, disse Ferreira Jr., em uma referência à uma possível tentativa de consumidores de buscar uma redução de contratos para se aproveitarem do momento de baixa dos preços no mercado spot.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Luciana Collet
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