A BR Distribuidora (BRDT3) apresentou na quarta-feira (10) seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2020. O resultado foi misto, com queda nos volumes de vendas e receitas em linha, mas perda nas margens acima das expectativas. Já a redução dos custos e despesas foi bastante expressiva, reforçando a melhora na gestão da companhia e a sua estratégia voltada à maior eficiência.
Os destaques negativos foram: i) volume de vendas de 9,7 milhões de metros cúbicos, uma queda de 5,9% na comparação com o primeiro trimestre de 2019. O número foi prejudicado pela redução nas vendas do Ciclo Otto (-8,2%), diesel (-7,0%) e produtos de aviação (-13%); ii) a queda na margem bruta, reduzindo-a dos R$ 169,7 por metro cúbico do último trimestre para R$ 103.
Já o destaque positivo foram as despesas operacionais excluindo os efeitos do hedge de R$ 861 milhões, uma redução de 18,5% na comparação com o primeiro trimestre de 2019. A queda foi proveniente dos menores gastos com pessoal em R$ 141 milhões e serviços contratados em R$ 28 milhões.
O resultado da BR Distribuidora foi misto e analistas esperam que o desempenho das ações da BRDT3 seja superior ao do Ibovespa na sessão desta sexta-feira, com as linhas positivas prevalecendo no mercado. É importante reforçar que como as principais bolsas do mundo fecharam a quinta-feira (11) em queda e não houve negociações na B3 devido ao feriado nacional, o dia de hoje será de ajustes negativos generalizado nos preços. No ano as ações da BRDT3 recuam 25,5%, desempenho inferior ao do Ibovespa que tem perdas de por 18,1%.
O resultado foi bastante prejudicado pelos desdobramentos da pandemia, que causaram uma redução geral na demanda por combustíveis a partir da segunda quinzena de março. Além disso, a alta volatilidade no preço do petróleo prejudicou a margem no período, com a companhia tendo dificuldades e até optando em não repassar as variações bruscas dos preços de compra para os produtos vendidos. Essa estratégia comercial, que sacrificou em boa medida a margem no primeiro trimestre deste ano pode render bons frutos no futuro.
Com isso a receita líquida foi de R$ 21,2 bilhões, queda de 5,5% na comparação anual. Já o Ebitda foi de R$ 545 milhões, queda de 36,6%.
Por fim, o lucro líquido foi de R$ 234 milhões, queda de 51% no comparativo com o mesmo período de 2019. Pesou na linha além da redução nas receitas e a queda nas margens operacionais, a piora no resultado financeiro devido a variação cambial. A distribuidora de combustíveis fechou o período com uma dívida líquida de R$ 3,9 milhões e uma relação dívida líquida sobre Ebtida 12m de 1,4x.
O catalisador das ações da BR Distribuidora é o aumento da eficiência através do incremento nas margens e retomada na venda de combustíveis ao menos nos níveis pré-crise.
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