Ao encerrar os negócios em Wall Street na segunda-feira (8), os poucos operadores do pregão de viva-voz ganharam o direito de dizer que presenciaram um evento histórico. Após fechar em alta de 1,2% a 3.232 pontos, o índice S&P de 500 ações registrou uma façanha. Demorou apenas 53 pregões para um dos indicadores mais importantes do mercado acionário mundial zerar as perdas provocadas pela pandemia do coronavírus. Nesse período, pouco menos de três meses, as ações americanas restauraram US$ 10 trilhões em valor de mercado que haviam simplesmente evaporado desde que o terremoto dos preços começou, no dia 23 de março deste ano. Ao longo das últimas dez semanas, nenhuma das 500 ações que formam a carteira do S&P 500 registrou uma queda.
Há várias explicações para o avanço. Vão desde as medidas de estímulo econômico sem precedentes estruturadas pelos principais bancos centrais até a recente criação de 2,5 milhões de vagas na economia americana em maio. Mas, principalmente, pela convicção dos investidores que a oferta de dinheiro e os juros baixos vão fazer convergir um alto volume de recursos para os ativos de risco, em especial a renda variável. Com isso, retornos que há poucos meses seriam considerados pouco atrativos tornam-se interessantes em comparação com o custo do dinheiro em baixa.
A julgar pelos indicadores do mercado, ainda há apetite por parte dos investidores. Dados da Autoridade Reguladora da Indústria Financeira (Financial Industry Regulatory Authority) dos Estados Unidos mostram que os empréstimos das corretoras e bancos de investimento para investidores – individuais e institucionais – comprarem ações subiu de US$ 479 bilhões em março para US$ 525 bilhões em abril. Essa cifra está apenas US$ 41 bilhões abaixo do pico histórico, registrado em fevereiro deste ano.
Indicadores
Diversos indicadores mostram que a economia está em recuperação. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa de maio para a safra agrícola de 2020 apresentou uma leve queda de 0,5% devido à estiagem na região Sul do País, mas se mantém em patamar recorde. De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), o País colherá 245,9 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas até o fim do ano, alta de 1,8% (ou 4,4 milhões de toneladas) em relação a 2019. O arroz, o milho e a soja respondem por 92,2 por cento desse montante. Mas o dólar alto incentiva outras produções, como o trigo.
O emprego também está melhorando. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 3,0 pontos em maio, para 42,7 pontos, após atingir mínimo histórico de 39,7 pontos em abril. Cinco dos sete componentes do IAEmp subiram em maio, sugerindo acomodação após o baque do mês anterior.
A alta da inflação também mostra uma retomada das atividades econômicos. Ainda segundo a FGV, a primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de junho mostrou uma alta de 1,36% nos dez primeiros dias do mês, após o IGP-M ter registrado uma deflação (queda de preços) de 0,32% nos dez primeiros dias de maio. A principal causa da alta foram os combustíveis, cujos preços subiram 4,35% nos dez primeiros dias de junho após terem caído 13,77% no primeiro decêndio de maio.
Depois dessa alta intensa e prolongada, a ausência de grandes notícias vai ajudar o movimento de realização de lucros, não só no Brasil mas nos principais mercados do mundo. No entanto, apesar da queda esperada no curto prazo, o cenário é positivo no médio prazo.
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