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Produtividade do trabalho na indústria de transformação caiu 2,8% no 1º trimestre

A produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira caiu 2,8% no primeiro trimestre de 2020, na série livre de efeitos sazonais, na comparação com o último trimestre de 2019. Os dados constam do documento “Produtividade na Indústria”, divulgado nesta segunda-feira, 8, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que atribui a queda na produtividade do trabalho à crise econômica desencadeada pela pandemia da covid-19.

Segundo a entidade, esse é o segundo pior resultado do indicador, perdendo apenas para o recuo de 3,3% registrado no segundo trimestre de 2018, quando a produtividade foi impactada pela greve dos caminhoneiros.

A produtividade do trabalho é medida pelo volume produzido dividido pelas horas trabalhadas na produção. No primeiro trimestre do ano, a produção da indústria de transformação caiu 3% frente aos últimos três meses do ano passado. Já as horas trabalhadas praticamente mantiveram-se estáveis, com ligeira queda de 0,2%.

“As empresas tiveram que se ajustar rapidamente, reduzir o ritmo de atividade sem planejamento e produzir menos por hora trabalhada”, diz a entidade em nota.

A expectativa da CNI para o segundo trimestre de 2020 é de continuidade dessa trajetória de queda da produtividade do trabalho. “O recuo na produtividade do trabalho reflete a desorganização do processo produtivo em razão da parada da economia. A forte redução do ritmo de produção sem planejamento resulta em menor produtividade, mas ela deverá se recuperar ao fim desta crise”, avalia o gerente executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca.

A expectativa para os dados do mês de abril são de efeitos mais intensos sobre o emprego que o observado em março, em ritmo mais próximo ao da forte queda da atividade industrial. A CNI destaca que os índices de evolução do número de empregados e da produção, da Sondagem Industrial, atingiram os menores níveis da série mensal em abril. O porcentual de utilização da capacidade instalada mostrou ainda que metade da capacidade produtiva nas empresas estava ociosa em abril. Por isso, para os próximos meses, as expectativas são de queda intensa da produção e do emprego.

A entidade lembra ainda que, em abril, entraram em vigor as medidas do governo que flexibilizaram as regras para adiantamento de férias, redução de salário e jornada e suspensão do contrato de trabalho. Assim, as horas trabalhadas na produção tendem a cair.

Por Sandra Manfrini

Estadão Conteúdo

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