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CNI já apoiou micro e pequenas indústrias a pedirem R$ 418 milhões em crédito

Enquanto as menores firmas ainda enfrentam dificuldades no acesso ao crédito para garantir a sobrevivência durante a crise do novo coronavírus, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) já ajudou 1.182 micro e pequenas fábricas a buscarem financiamentos juntos aos bancos neste ano. Até o fim de maio, a entidade auxiliou os pequenos industriais a pedirem R$ 418 milhões no sistema financeiro para atravessarem a crise.

A CNI coordena 22 Núcleos de Acesso ao Crédito (NACs) junto às federações das indústrias dos Estados. O atendimento a micro e pequenas fábricas funciona desde 2015, mas a demanda saltou neste ano devido às dificuldades desse grupo de empresas em acessar as linhas especiais de financiamento lançadas por bancos públicos e privados durante a pandemia de covid-19.

O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, publicou pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada em meados de maio, mostrando que, do total de micro e pequenas recorreram aos bancos, apenas 15,9% conseguiram um empréstimo até o dia 5 de maio.

Com o apoio dos NACs, porém, a CNI acredita que a taxa de sucesso entre as micro e pequenas indústrias tem sido bem superior, já que a iniciativa rompe as barreiras informacionais no acesso aos recursos. “O acesso a crédito para as menores firmas é reduzido. Temos estatísticas de aumento das operações, mas a demanda é muito maior, principalmente para capital de giro. Por isso, faz muita diferença para o empresário chegar ao banco com uma boa orientação”, avalia o gerente de Política Industrial da CNI, João Emílio Gonçalves.

Ao procurar um NAC, o pequeno industrial é orientado sobre as diversas modalidades de crédito disponibilizadas pelas instituições financeiras, os valores que podem ser levantados e as contrapartidas exigidas, como a apresentação de garantias. Durante a atual pandemia, a CNI também produziu 11 cartilhas sobre as novas linhas de crédito lançadas para o enfrentamento à crise.

“As médias e grandes empresas normalmente têm departamentos jurídicos e financeiros, acostumados a lidar com legislação e a papelada exigida pelos bancos. Já o pequeno muitas vezes chega à agência sem saber o que vai ser exigido e não sabe o crédito mais adequado ao seu negócio – e agora temos um monte de linhas novas. Já a empresa que passa pelo NAC recebe as informações completas e já chega com a documentação organizada para a opção de crédito mais vantajosa”, completa Gonçalves.

A orientação dos núcleos também poupa parte do trabalho dos bancos e, por isso, a CNI tem firmado parcerias com instituições como a Caixa Econômica Federal e o BNDES. O objetivo é dar um trâmite acelerado para os pedidos de crédito que passaram pela orientação dos NACs.

A CNI trabalha agora para acompanhar também a fase posterior dessas operações, que é o pagamento das parcelas após o prazo de carência inicial das linhas. O objetivo é orientar o pequeno industrial também em momentos de dificuldades que exijam a eventual renegociação de dívidas contraídas agora.

“Já tivemos uma aproximação com os bancos em 2016 e 2017 para divulgar processos de reestruturações de dívidas após a última crise. Muitas empresas pequenas evitavam ir ao banco buscar uma renegociação, porque achavam que seria impossível. Desta vez, queremos nos antecipar a um eventual processo que pode ocorrer”, completa o gerente da CNI.

Por Eduardo Rodrigues

Estadão Conteúdo

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