Economia

Mercado segue atento aos pacotes de estímulo dos Bancos Centrais

Há cerca de um mês, no dia 4 de maio (dia 3 foi domingo), o Ibovespa fechou a 78.876 pontos. Na quarta-feira, 3 de junho, o fechamento foi a 93.040 pontos. Na ponta do lápis, uma alta de 18%. Se olharmos os indicadores da economia real, não há sinais de uma melhora desse porte.

Vamos dar um desconto e considerar que metade da valorização dos últimos 30 dias decorre da melhora das expectativas pós-pandemia. Apesar de a curva de vítimas no Brasil ainda estar em plena ascensão, já é possível prever um futuro olhando para China, Espanha e Itália. Lentamente, com muitos cuidados e várias mudanças, essas economias começam a religar seus motores. Um bom exemplo são os Estados Unidos, em que os pedidos iniciais de seguro-desemprego da semana encerrada em 30 de maio foram de 1,877 milhão, uma queda de 249 mil pedidos em relação ao resultado da semana anterior e melhor que as expectativas.

E os demais 50% da alta? Uma boa explicação são os sucessivos pacotes de estímulo à economia orquestrados pelos principais Bancos Centrais do mundo. Além de manter juros baixos ou mesmo negativos, as medidas de estímulo injetaram trilhões de dólares nos mercados. Nesta quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou a injeção de 600 bilhões de euros na economia europeia. Mesmo a fiscalmente disciplinada Alemanha uniu-se ao processo, com a chanceler Angela Merkel anunciando 130 bilhões de euros em estímulos adicionais à economia.

Além do dinheiro em si, muitos desses pacotes permitem às autoridades monetárias comprar títulos de dívida de bancos e de empresas privadas. Pragmáticos, os investidores concluíram que haverá um comprador de última instância para socorrer quem for exageradamente ousado. E, com esse “seguro” em mente, muitos foram às compras, elevando os preços.

Isso se refletiu em uma busca generalizada por ativos de risco, que estavam muito baratos mundialmente devido ao impacto da pandemia. O movimento influenciou a percepção de risco. Mesmo o Risco Brasil, que havia subido na esteira do coronavírus e das turbulências políticas, retornou a patamares bem mais comportados. Cotado a 300 pontos-base há um mês, o prêmio dos Credit Default Swaps (CDS) inicia a quinta-feira a 223 pontos-base (quanto menor, melhor)

A quinta-feira começou com um movimento de leve baixa nos mercados internacionais e europeus, e também com os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 indicando pequenas baixas. A expectativa é de um dia sem tendência definida. No dia de hoje devemos ver uma realização dos lucros, no entanto, no médio prazo a visão permanece positiva.

Redação Mercado News

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