A produção industrial caiu 18,8% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a queda mais intensa da indústria da série histórica, iniciada em 2002.
O resultado reflete os efeitos do isolamento social, iniciado em meados de março, para controlar a propagação do novo coronavírus. Em relação a abril de 2019, a produção caiu 27,2%. No ano, a indústria acumula queda de 8,8% e em 12 meses, recuo de 2,9%.
“O resultado de abril decorre, claramente, do número maior de paralisações das várias unidades produtivas, em diversos segmentos industriais, por conta da pandemia. Março já tinha apresentado resultado negativo. Agora, em abril, vemos um espalhamento, com quedas de magnitudes históricas, de dois dígitos, em todas as categorias econômicas e em 22 das 26 atividades pesquisadas”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.
Abril foi o primeiro mês inteiramente afetado pela paralisação da atividade econômica por causa da pandemia. Embora o funcionamento de indústrias não tenha sido proibido nos decretos de quarentena, muitas paralisaram ou reduziram drasticamente a produção diante da dificuldade de escoamento, ou mesmo como medida de proteção.
O caso da indústria automotiva é o mais emblemático. Segundo o IBGE, o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias recuou 88,5%, pressionado pelas interrupções da produção dos automóveis, caminhões e autopeças. Fio a queda mais intensa dessa atividade desde o início da série histórica. Em março a retração já tinha sido de 28%.
A interrupção da produção de veículos afetou outros segmentos industriais, aponta a pesquisa: metalurgia (-28,8%), produtos de borracha e de material plástico (-25,8%) e máquinas e equipamentos (-30,8%).
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