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Braskem encerra primeiro trimestre com prejuízo de R$ 3,65 bilhões

(Foto: Divulgação)

A Braskem (BRKM5) divulgou o resultado do primeiro trimestre de 2020. Os números vieram em linha com as expectativas em termos de receita líquida, mas abaixo do esperado em termos de Ebitda e lucro líquido.

A receita líquida de vendas caiu 3% entre janeiro e março deste ano ante o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 12,6 bilhões. Na comparação com o quarto trimestre de 2019, a receita foi praticamente a mesma.

Do lado negativo, o Ebitda recorrente decepcionou, seja em dólar ou em real. Em dólar, a queda foi de 34% na comparação anual. Em real, a queda foi de 22%. A queda do Ebitda foi em função de menores spreads no mercado internacional.

A empresa também reverteu lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 928 milhões no primeiro trimestre de 2019 em prejuízo de R$ 3,65 bilhões no mesmo período de 2020. O prejuízo também é 25% maior na comparação com o quarto trimestre do ano passado, quando as perdas chegaram a R$ 2,9 bilhões.

Assim como nas empresas de papel e celulose, por exemplo, o prejuízo ocorreu em função, principalmente, do impacto da variação cambial do período já que a empresa possui dívida em moeda estrangeira, além do ciclo de baixa do setor petroquímico que sofre com a queda da demanda provocada pela Covid-19.

Após os fracos números reportados no trimestre, analistas esperam uma reação do mercado levemente negativa no preço das ações da Braskem (BRKM5) no curto prazo.

Entre janeiro e março, o Ebitda recorrente da companhia atingiu R$ 1,31 bilhão, queda de 22% em relação a R$ 1,68 bilhão registrado no mesmo período do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre de 2019, quando chegou a R$ 993 milhões, houve alta de 32%. Em dólar, o Ebitda recorrente da Braskem foi de US$ 294 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 34% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Já o resultado financeiro ficou negativo em R$ 6,254 bilhões no primeiro trimestre, ante perdas de R$ 923 milhões reportadas um ano antes. A alavancagem da companhia, medida pela relação dívida líquida/Ebitda em dólares, passou de 4,7x em dezembro para 5,8x no fim de março.

Segundo o presidente da Braskem, Roberto Simões, a empresa segue focada na disciplina na alocação de capital como forma de manter a sua posição robusta de caixa. A empresa já cortou o valor que seria investido neste ano de US$ 721 milhões para aproximadamente US$ 600 milhões.

Desde a mínima no dia 23 de março, as ações da Braskem acumulam uma impressionante alta de 191,8% contra 43,2% do Ibovespa.

Em fevereiro iniciou-se uma conversa sobre uma possível migração das ações da Braskem para o Novo Mercado da B3. Entretanto, o diálogo ainda não ganhou corpo, mas a listagem no Novo Mercado pode melhorar a imagem da Braskem diante do desgaste de sua controladora Odebrecht e facilitar o processo de venda da empresa, inclusive com a saída da Petrobras do capital da empresa. No final de maio, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que acredita ser viável vender a fatia da estatal na Braskem entre o fim deste ano e o início de 2021.

O principal catalisador das ações da Braskem é um evento: a venda da empresa, com a saída da Odebrecht e da Petrobras.

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