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Taxas resistem à escalada do dólar e fecham o dia perto da estabilidade

O mercado de juros começou junho em ritmo lento, tanto em termos de variação das taxas quanto em volume de contratos negociados. As taxas oscilaram perto dos ajustes durante toda a sessão, resistindo ao aumento da pressão no câmbio no meio da tarde desta segunda-feira, 1º, ainda que mais cedo tenham abandonado um viés de baixa com a piora do real. Nas mesas de renda fixa, profissionais citaram a falta de fatores concretos que pudessem fazer preço. Mesmo com vários eventos na seara política no fim de semana – manifestações de apoio e contra o governo em São Paulo, Rio e Brasília -, nada foi considerado forte o suficiente para dar rumo às taxas, assim como a escalada do contágio e mortes por Covid-19 no Brasil tampouco foi capaz de elevar os prêmios de risco.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou a 3,14%, de 3,313% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 5,963% para 5,94%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 6,91%, de 6,902% no ajuste anterior.

Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, afirma que desde sexta-feira, quando o temor de que os Estados Unidos anunciassem sanções econômicas contra a China não se concretizou, não “houve nada de contundente nos últimos dias”. “A curva já tem prêmio de risco político embutido e o mercado agora monitora”, afirmou. Sobre a liquidez fraca, ele lembra que ao longo da semana há uma agenda pesada de indicadores e que, por isso, “o mercado evita queimar a largada”.

As declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foram monitoradas, mas vistas como um reforço à sinalização já emitida nos últimos dias. Em participação em audiência pública virtual da comissão mista do Congresso, Campos Neto voltou a alertar que a volta da atividade econômica pós-pandemia será lenta, repetindo que a política monetária “não está exaurida” e os riscos à credibilidade do sistema em se usar “outros instrumentos” para combater o impacto da Covid-19.

No começo da tarde, as taxas exibiam viés de queda, mas que se apagou com a aceleração da alta do dólar ante o real, destoando da valorização das demais moedas emergentes. Porém, ao longo da tarde o real perdeu ainda mais força, com o dólar superando R$ 5,40, o que chamou os leilões do Banco Central, mas as taxas não se mexeram.

Por Denise Abarca

Estadão Conteúdo

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